Tratado como uma das maiores pechinchas da Europa pelo seu ótimo custo-benefício, o novo Renault Duster acaba de ser renovado em solo europeu. O modelo chega à terceira geração com novo visual e uma novidade que pode vir a calhar e se espalhar pela concorrência: ele tem peças à prova de arranhões em partes que costumam ser sensíveis na lataria.
Como ocorreu com as duas gerações anteriores, o Duster recebeu na Europa o logo da Dacia, empresa romena do grupo Renault que recebe uma diferenciação em seu local de origem. Aqui, o grupo prefere estampar o emblema Renault, tanto para a Duster como para outros modelos como Sandero, Logan e Kwid.
O grande salto de qualidade agora é a atualização da plataforma que ele será feito, o que permitiu adicionar uma série de novidades tecnológicas, a principal delas a opção de motor híbrido. Ele deixou a plataforma B0, usada pelo modelo desde 2009 e passou a utilizar a moderna CMF-B, usada por irmãos como Renault Clio, Dacia Sandero e Nissan Juke. É também a plataforma usada no Brasil após investimentos grandes feitos pela Renault na fábrica de São José dos Pinhais/PR.
A troca de plataforma trouxe refinamento, praticidade e dinâmica ao modelo, sem comprometer o tamanho compacto dele. Ele mantém os 4,34 m de comprimento da geração atual. São 3 opções de motorização. Tem a híbrida leve, que une um motor 1.2 turbo a gasolina com um motor elétrico de 48V, disponível apenas com tração integral. Além dela, há a opção de entrada com motor 1.0 turbo de quatro cilindros (e não mais de 3 cilindros) movido a gás natural. O intermediário tem motor 1.2 turbo a gasolina.
As mudanças que chamam mais a atenção são estéticas. A começar pelo visual externo, mais agressivo e com menos curvas desnecessárias. Internamente, a Renault caprichou no acabamento, uma das maiores reclamações dos consumidores em qualquer mercado que ele é vendido.
A Renault explicou que outra novidade é o uso de um plástico mais resistente, chamado Starkle, em áreas sensíveis, como molduras plásticas na parte inferior da carroceria, nas caixas de rodas e nos para-choques. O material tem duas finalidades: economizar tinta no processo de pintura e minimizar arranhões. De quebra, o Starkle usa plástico reciclado, garantindo uns pontinhos para a empresa em descarbonização.
O modelo deverá vir futuramente ao Brasil, provavelmente em 2025, ficando posicionado acima do Renault Kardian, previsto para o primeiro trimestre do ano que vem. O novo Duster cumpre requisitos que a Renault pensou para a marca no Brasil. Ela tirou de linha modelos como Logan e Sandero para investir em carros de maior porte e maior valor agregado. Ela pretende vender carros mais caros e ter lucro maior por modelo vendido, após amargar um prejuízo financeiro histórico antes mesmo da pandemia.
A imprensa automotiva inglesa usou o termo barganha para chamar a sua nova geração, ao destacar que ele custa menos que 20 mil libras, cerca de R$ 120 mil.