A Fiat ensaiou muito tempo para colocar no mercado o seu motor 1.3 turbo. Demorou e com isso a Toro passou os últimos cinco anos com o defasado motor 1.8 E-Torq, que já equipou vários carros da fabricante desde 2011. Fato é que o novo motor é o grande avanço desta versão da Toro que está no mercado desde 2021. O motor 1.8 consumia muito e a má notícia é que o consumo do carro não teve grande melhora.
Rodamos com a versão Volcano, a topo de linha na versão flex na cor vermelho tribal. O veículo que apresentamos aqui foi cedido pela Buono veículos, que é a concessionária Fiat nas cidades de Guaratinguetá e Cruzeiro (SP). A Toro dirigida por Turboway tem o pacote tecnologia, que acrescenta a central multimídia de 10 polegadas, uma das novidades.
De cara já é possível ver que a Toro não trocou apenas de motor, mas também ficou mais refinada e ganhou um novo capô, mais invocado e com vincos profundos. A versão Volcano traz detalhes cromados nas grades frontais e maçaneta, a roda agora tem 18 polegadas e novo desenho.
Tanto a Strada, como a Fiorino e a Toro são vendidas em outros mercados como “Ram”. Fabricadas aqui no Brasil, a Stellantis procura aproximar o visual dos produtos para que as mudanças gerem o menor custo possível. Assim, a Toro entra facilmente na linha de produção e só com a troca de alguns detalhes vira a “Ram 1000”, e aí segue para concessionárias no México e Chile, por exemplo.
Motor
O 1.3 turbo é um avanço da Fiat sobre o 1.3 aspirado que já equipa o Argo, Cronos e Strada. Ele desenvolve até 185cv. O antigo, 1.8, desenvolvia 139 cv.
Esse avanço na tecnologia do motor fez com que agora a versão flex seja mais rápida do que a versão diesel, que permanece com o motor antigo. A picape vai de 0 a 100 km/h em cerca de 10 segundos. Ótimo rendimento no assunto potência, mas os números oficiais de consumo desanimam quem esperava economia. O consumo na cidade é de 6,6 km/l no etanol e 9,7 km/l na gasolina. Na estrada, 7,9 no etanol e 10,7 na gasolina. Os números de consumo são bem semelhantes ao do antigo motor.
Além da Toro, o motor 1.3 turbo também equipa os outros carros produzidos na fábrica da Stellantis no Pernambuco, como os Jeep Compass, Renegade e o Commander.
Por dentro da Toro
Dentro, a Toro teve o painel redesenhado e tem novo display que está disponível em todas as versões. Deu um ar mais moderno e a altura de um carro de seu preço. Em linhas gerais, o painel agora é menos Fiat e mais Ram, mais refinado e mais baixo na parte de cima. O acabamento nas portas está melhor, assim como os botões do painel que controlam ar, temperatura e etc. Colocamos lado a lado as fotos da antiga e da nova Toro para comparação:
Na Toro Volcano os bancos são de couro, há apoio de braço para quem vai na frente. Atrás há no meio uma mesa destacável para apoiar um lanche e colocar copos, na hipótese de apenas dois passageiros estarem ali.
A central multimídia de 10 polegadas que estava na Toro Volcano que dirigi é um item opcional. Acrescenta R$ 3 mil no preço do veículo e substitui a central de 8,4 polegadas. A diferença entre elas é que a central maior incorpora vários controles do veículo, como o ajuste de zonas do ar condicionado. No painel a central maior se estende até o limite com os botões físicos do painel, que lembram de certa forma os botões presentes no Argo.
No console central, espaço maior no porta objetos que agora carrega o celular pela tecnologia de indução, sem que seja necessário conectar qualquer cabo. Funciona nos Iphones da versão 8 para cima e nos Samsung a partir da versão S10. É prático e isso leva a outra novidade: para acessar o Apple Carplay e o Android Auto na tela da central basta estar conectado via bluetooth, também dispensando cabos. Basta estar perto do carro.
Funciona? Funciona muito bem, tanto o carregamento por indução como a conexão da central. Outra facilidade da versão Volcano é a chave presencial, com partida no botão.
Consumo de óleo
Nas notas que demos ao carro retiramos alguns pontos da manutenção e explico aqui o motivo. A manutenção da Fiat tem melhorado muito nos últimos anos e tem um preço bom quando comparado aos concorrentes.
No entanto, recentemente vários carros com o motor 1.3 turbo da Stellantis apresentaram consumo excessivo de óleo, assustando alguns motoristas. Basta fazer a manutenção em dia e ficar de olho na troca de óleo. Motor turbo consome mais de fato, mas vale acompanhar de perto no caso da Toro e se for o caso, procurar a concessionária.
Vale a pena comprar a Toro 1.3 turbo?
A Toro é uma boa picape de passeio e vale a compra para quem gosta de picape e quer ter algo maior e mais sofisticado que uma Strada ou uma Saveiro.
Não deixa de se assemelhar a um SUV e é muito diferente de seus concorrentes. Enquanto a Renault Oroch é mais simples, a Ford Maverick é maior e se aproxima mais das picapes médias, como Ford Ranger e Chevrolet S10.
Nesta ocasião testamos a Toro Volcano, que hoje (10/10/22) sai por R$ 173 mil. É a versão top da linha flex. Abaixo dela está a versão Freedom, por R$ 15 mil a menos e que também vale a consulta. Ela tem acabamento interno mais simples e não tem detalhes prateados no exterior, mas oferece um nível bom de acessórios. Acima da Volcano estão as versões diesel, que por enquanto ainda seguem na linha.
Se sua dúvida está no mercado de usados, ainda são poucas as Toros 1.3 disponíveis, já que ela tem pouco mais de um ano de mercado. Porém a diferença entre a 1.8 e a 1.3 turbo é gritante. O motor 1.8 é um projeto antigo que fez “hora extra” na Fiat e não deixará saudade.