Volkswagen suspende produção em duas fábricas por falta de peças

Paralisação nas unidades de Taubaté/SP e São José dos Pinhais/PR afeta produção do Gol, Voyage, Fox e T-Cross.

A Volkswagen é mais uma montadora atingida pela falta de semicondutores no país. Cinco meses depois do início dos problemas no mundo todo, a empresa alemã decidiu suspender a produção em duas de suas fábricas por causa da falta da peça. A partir de 7 de junho nenhum carro sairá da linha de montagem de Taubaté/SP e São José dos Pinhais/PR.

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Volkswagen suspende produção

Em Taubaté são feitos atualmente o Gol e o Voyage. Já na planta paranaense saem o T-Cross e o Fox. Em teoria, apenas Nivus, Polo, Virtus e Saveiro vão continuar em linha, já que a fábrica de São Bernardo do Campo/SP não foi afetada neste primeiro momento.

A paralisação deve durar 10 dias e os cerca de 4 mil trabalhadores das duas plantas entrarão em férias coletivas. Em março, a montadora já havia parado a produção das quatro fábricas (também a de motores em São Carlos/SP), mas sob a alegação do agravamento da pandemia.

Durante a apresentação do Taos no Brasil, na última quinta-feira (27), Pablo Di Si, presidente da Volkswagen na América do Sul, havia admitido a possibilidade da parada. “Somos a única montadora que não parou a produção por falta de componentes, mas com certeza o segundo trimestre e o início do terceiro trimestre vai ser um período muito complexo em nível global”, admitiu.

Ele ainda completou dizendo que montadora monitorava o problema. “Vamos seguir tocando o dia a dia. Temos reuniões de comitê diariamente para avaliar. Com certeza teremos complexidades, mas estamos acostumados a lidar com complexidades”, finalizou.

Assim, a Volks se junta a outras montadoras duramente afetadas pela falta de semicondutores, prevista para durar meses ou até anos segundo especialistas. A GM também anunciou a paralisação de suas atividades e por um prazo ainda maior, de 6 semanas na planta de São Caetano do Sul/SP.

Volkswagen suspende produção: crise global

Os semicondutores são usados na fabricação de chips e servem para conduzir energia elétrica ou isolá-la rapidamente. Servem de meio termo entre os condutores e as resistências em um circuito elétrico. O emprego é grande. Vai de celulares a carros, passando por todo tipo de material que usa chip, e hoje quase tudo usa chip. Um carro mais moderno usa, por exemplo, de 300 a 400 semicondutores .

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Ocorre que no início da pandemia todas as fábricas de semicondutores do mundo pararam as atividades por um momento. A de carros também, pois os modelos zero deixaram de ser prioridade, ainda que por pouco tempo.

volkswagen paralisa a produção

Ao mesmo tempo, cresceu a demanda da ‘indústria do home office’, que também usa as peças em computadores e celulares. Quando a indústria automobilística voltou às compras já era tarde. As empresas de computadores e celulares já tinham fechado contrato e garantiram para elas praticamente todas as peças disponíveis pelos próximos meses.

Coube à indústria automobilística ir para o fim da fila e se contentar com um fornecimento muito abaixo do necessário. Para piorar, a produção dos semicondutores foi afetada também por problemas de estiagem. Utiliza-se muita água no processo de produção e as fábricas de Taiwan também tiveram que desacelerar. No Japão, outro grande fabricante, um incêndio atrasou ainda mais a produção.

A GM americana até tentou driblar a crise, tirando alguns chips do carro, tornando-o menos moderno e conectado, uma saída mal vista pelo mercado, que sempre olhou pra frente, atrás de novidades para os consumidores.

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