Decreto do Executivo obrigou setor industrial a produzir mais para evitar inflação por falta de produtos, incluindo carros.
As montadoras da Argentina estão sendo obrigadas a trabalhar no ritmo máximo de produção para evitar uma subida de preços. O país está recebendo menos carros importados por causa da pandemia e a produção nacional não estava dando conta de atender a demanda, causando uma inflação de preços – que aliás também é verificada aqui, mas por outros motivos.
O decreto foi publicado na última sexta-feira e obriga não só montadoras mas também diversos fabricantes industriais a não tirar o pé na produção. Desde o começo da pandemia a atividade econômica estagnou e muitas indústrias decidiram diminuir também o estoque de produtos a fim de evitar a desvalorização de seus produtos.
Como se sabe, a inflação é consequência de um desequilíbrio entre a necessidade de compra e a capacidade de produção de um país. Se mais gente procura por um produto ou serviço do que há em estoque, ocorre um inevitável aumento de preços. A Argentina detectou o problema e decidiu intervir na economia.
A medida vale para toda indústria que fatura mais do que US$ 42 milhões por ano – cerca de R$ 241 milhões. Todos os fabricantes de carros da Argentina superam esse valor.
Fabricantes reclamam
Segundo a imprensa argentina, a notícia caiu como bomba entre as montadoras. “Se hoje não produzimos mais, não é porque não queremos. É porque não contamos com os dólares ou as autorizações de importação das peças necessárias para aumentar a produção.
Dependendo da montadora, até 80% das peças usadas na fabricação de um carro na Argentina são importadas, inclusive do Brasil. A Toyota era a única montadora no país a já estar operando com 100% da capacidade para fabricar os modelos Hilux e SW4. Já as outras montadoras operam com 70%, 60% ou até 40% da capacidade instalada e vão ter que se virar para evitar pagar uma multa, que pode ser salgada.