Modelo desta avaliação: T-Cross 200 TSI 19/20 com Pacote Interactive II
Nós já avaliamos um T-Cross de entrada manual. Agora é a vez de um T-Cross 200 TSI automático, a segunda versão mais barata do modelo da Volkswagen, abaixo das versões Comfortline 200 TSI e Highline 250 TSI.
O T-Cross é um carro que infelizmente já supera os R$ 100 mil, mesmo na versão de entrada. Possui amplos concorrentes, como o Nissan Kicks, Jeep Renegade, Hyundai Creta, Renault Captur, Honda HR-V e Chevrolet Tracker. Para muitos, briga também com o irmão menor Nivus, que possui porta-malas maior, mas espaço interno mais acanhado.
Veja abaixo uma avaliação sobre o T-Cross 200 TSI 19/20.
O que tem no T-Cross 200 TSI modelo 19/20 com Pacote Interactive II
- 6 Airbags
- Ar-condicionado com filtro de poeira e pólen
- Saída do ar condicionado para o banco traseiro
- 4 entradas USB – duas frontais e duas para os passageiros do banco traseiro
- Sistema multimídia compatível com Apple CarPlay e Android Auto (ambos por cabo)
- assistente de partida em aclives e declives
- controle eletrônico de estabilidade
- controle de tração
- bloqueio eletrônico de diferencial
- desembaçador, limpador e lavador traseiro
- direção elétrica
- espelhos retrovisores elétricos e com rebatimento
- faróis e luzes com função “Coming & Leaving Home”
- farois de neblina com função “Cornering Light”
- DRL em LED
- sistema Isofix
- iluminação de porta-malas]para-sóis com espelhos iluminados para motorista e passageiro
- rodas com sistema anti-furto
- sensor crepuscular
- sensores de estacionamento dianteiro e traseiro
- câmera de ré
- volante multifuncional em couro com shift paddles
Obs: na versão 2021 ele recebeu regulagem de altura dos faróis, indicador de perda de pressão dos pneus, sistema de franagem pós colisão e tela multimídia VW Play.
Dirigibilidade
Um dos pontos fortes do carro. Ele te entrega toda a sensação de controle, com ajustes muito confortáveis de suspensão, com o controle no volante bem apurado. A resposta do acelerador nas arrancadas poderia ser mais rápida como a de um carro manual, mas isso é ‘defeito’ de todo automático. O bom isolamento acústico também ajuda bastante ao dirigir.
Câmbio
O câmbio automático de seis marchas da Volkswagen é muito bem afinado. Não dá nenhum solavanco e as reduzidas são muito suaves, praticamente imperceptíveis.
O carro te dá opção automática Sport, com trocas esportivas e que consomem mais, e também opções manuais. São duas. jogando a alavanca para a direita, você pode subir marchas empurrando-a para cima ou reduzir, no sentido inverso. Outra opção mais confortável é usar as aletas atrás do volante.
Motor
É inegável a qualidade Volkswagen nos motores. A montadora acertou no 200 TSI, que equipa outros veículos VW. É silencioso e muito forte. É muito seguro nas ultrapassagens e robusto na hora que precisa ser. Lembrando que nesta versão ele entrega 128 cv no e 20,4 kgfm de torque no etanol.
Consumo
Poderia ser melhor para um carro 1.0 turbo de 3 cilindros. Mas estamos falando de um SUV, veículo vocacionado para o alto consumo. Na estrada cheguei a fazer 14,5 km/l na gasolina, mesmo com o ar condicionado ligado, um ótimo número. Já com etanol na cidade o tanque parece pequeno e as idas ao posto são frequentes – o que irrita às vezes.
Como comparação, o Nissan Kicks faz 13,7 km/l, o Jeep Renegade, 10,7 km/l, o Hyundai Creta, 11,3 km/l e o Chevrolet Tracker ,14,5 km/l, sempre na rodovia e abastecidos com gasolina. Os dados são os fornecidos pelas montadoras.
Conforto
A Volkswagen não é uma especialista em conforto, é verdade, mas não chega a decepcionar. Não espere mimos como aquecimento de bancos ou apoio para lombar, muito menos acabamento macio. É um carro relativamente simples, apesar de custar mais de R$ 100 mil.
O lado bom é o espaço de sobra para os ocupantes. Destaque para quem senta no banco traseiro. Mesmo pessoas grandes ficam com as pernas confortáveis, pois o entre-eixos do T-Cross é bem grande – maior inclusive que a versão europeia.
Diferenciais
O T-Cross 200 TSI automático é um carro completo para uma versão automática de entrada. Possui, por exemplo, shift paddles, coisa que os rivais só oferecem nas versões intermediárias ou topo de linha. Tem também descanso para o braço, que incrivelmente só tem no Kicks de topo, entre outros itens.
Faltou no carro
O retrovisor interno é incrivelmente muito pequeno. Não custava nada à VW oferecer um maior, mais compatível com o tamanho do carro. O encosto de braço também poderia ser mais alongado para a frente. É quase um encosto de cotovelo, na verdade.
Não chega a ser um problema, mas o mostrador de combustível poderia ser digital, coisa que um Renault mais simples oferece em versões básicas. O mesmo para a o capô. Em vez da velha vareta, que tal um braço pantográfico igual a um Sandero?
Faltou também conexão Android Auto/Apple CarPlay sem fio. É um pouco incômodo ter que usar cabo, ainda mais se duas pessoas, uma com celular Android e outra com IOS, dividirem o uso do veículo.
T-Cross 200 TSI automático vale a pena?
A resposta é sim. A Volkswagen fez um bom carro, mais espaçoso que o original europeu. Talvez este seja o maior diferencial para uma compra. Mas o T-Cross é muito mais do que um carro com espaço para as pernas. R$ 100 mil podem ser muito para um carro 0 km do tipo, mas este é um problema crônico do nosso mercado.
Se o seu plano é ter um T-Cross 19/20, vá fundo.