CEO da empresa admitiu em entrevista que a estratégia da empresa para o Brasil estava equivocada. Sandero e Logan devem sair de linha.
A Renault fechou 2020 com um rombo de US$ 9,6 bilhões, cerca de R$ 51 bilhões. Esse é um prejuízo histórico que vai resultar em consequências no Brasil, segundo Luca de Meo, CEO da montadora francesa. De imediato foram congelados os projetos das novas versões de Sandero e Logan.
O prejuízo é de todo o grupo, que engloba Renault, Nissan, Dacia e Mitsubishi. O rombo foi puxado principalmente pela Nissan, que contribuiu com US$ 6 bilhões deste prejuízo, e a pandemia. “O ano de 2021 será difícil, com a incerteza ligada à crise de saúde e também ao fornecimento de componentes eletrônicos”, afirmou o CEO, em um comunicado.
Com o rombo, a empresa deve mudar de estratégia no Brasil, como afirmou Luca de Meo em entrevista ao portal Automotive News Europe. A exemplo do que outras montadoras já vem fazendo no país, a Renault deve abandonar veículos mais baratos que dão lucro por volume e apostar em produtos de maior rentabilidade. Esses produtos serão os SUVs.
Estratégia equivocada
A troca de linha das montadoras desprezando modelos mais baratos para agregar os mais caros foi assunto essa semana no Turboway. Esse ano o Brasil deve perder Volkswagen Up, Toyota Etios e Fiat Uno como opções. Esses darão lugar nas fábricas para modelos de valor acima dos R$ 120 mil. E a Renault deve seguir esta linha: já confirmou que trará o Bigster ao Brasil, que é um SUV de padrão mais elevado que o Duster.
Na entrevista ao Automotive News, Luca de Meo afirmou que a estratégia da Renault no Brasil estava equivocada. A fábrica do Paraná já fechou um turno e 747 funcionários foram mandados embora. A meta de alcançar 10% de mercado será revista. “5% ou 6% já serão suficientes”, disse.
Como deve ficar a Renault no Brasil
A esperada atualização de Sandero e Logan não virá. Esses carros devem desaparecer do mercado brasileiro. Duster e Oroch devem receber um melhor acabamento interno e vão ficar mais caros. Captur terá nova versão já em maio deste ano e provavelmente ficará mais caro também.
Aliás, não precisa ser expert para concluir que os carros continuarão subindo de preço no país. O Kwid, que é hoje o carro mais barato do Brasil, será mantido na linha e receberá a atualização de visual para ficar igual ao modelo que já roda na Índia.