Fabricar carro elétrico terá mesmo custo que carro a combustão em 2024

Baterias mais baratas podem tornar o carro elétrico mais competitivo e enfim expandir o mercado no mundo todo

Rodovias conectadas, cidades mais silenciosas e limpas, ar saudável de respirar mesmo em grandes metrópoles. A fantasia futurista é cada vez menos fantasia e, sobretudo, menos futurista. Um dos principais pilares para a massificação dos carros elétricos já tem data alvo: 2024. É quando a indústria automotiva global espera chegar a um custo de fabricação no mesmo nível dos veículos a combustão.

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A projeção foi feita em um estudo encomendado pelo banco UBS e publicado pelo periódico inglês The Guardian. Em 2022, a diferença de custo médio por unidade será de 1.900 dólares (R$ 11 mil) a mais para os elétricos, mas em mais dois anos a diferença não existirá mais.

A constatação é algo muito significativo, afinal, em qualquer mercado as vendas estão diretamente ligadas ao preço. E preço, por sua vez, é associado aos custos de produção, que demandam tempo e maturidade ao processo de fabricação.

Atualmente, os elétricos só não custam mais ao consumidor por causa dos incentivos governamentais mundo afora (no Brasil, infelizmente, essa ainda não é a realidade). Ainda assim, mesmo com a subvenção, alguns modelos saem mais caro do que irmãos a combustão.



É de se admirar, então, que eles vendam no ritmo que vendem. Só no Reino Unido, 2020 deve terminar com uma frota de um milhão de elétricos ou híbridos. Na Noruega já há mais carro elétrico do que a gasolina saindo das concessionárias.

Bateria deixando de ser vilã

O motivo do progressivo barateamento está ligado ao preço das baterias. Segundo o estudo, elas vão custar, pela primeira vez, menos de 100 dólares por kWh, em 2022. E Elon Musk, dono da Tesla, pode ter participação nisto.

Musk disse recentemente que pretende reciclar células de bateria na gigantesca fábrica que está sendo erguida em Nevada, EUA. Assim, reduziria a praticamente zero o uso do cobalto, um dos materiais mais caros da fabricação da bateria e, por consequência, de todo o carro elétrico.

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Toda a cadeia deve se beneficiar com o barateamento. A Volkswagen, por exemplo, poderá cobrar menos pelo elétrico ID.3, atualmente na casa dos 36 mil euros, mesmo sendo feito sob a plataforma do Golf, que custa 28 mil euros na Europa. Se as duas opções custarem o mesmo ao consumidor, fatalmente a maioria vai comprar a opção recarregável.

Baseado no VW Up!, Seat Mii Electric é primeiro 100% elétrico da montadora espanhola – foto: divulgação/Seat

Mas não é só preço

Dissemos no primeiro parágrafo deste texto que o custo é só um dos pilares da massificação dos elétricos. Existem outros, como oferta postos de abastecimento, tempo de recarga e autonomia. Não basta um elétrico ser barato se for difícil encontrar um posto para ele, for demorado para recarregá-lo e se o carro demandar reabastecimento a toda hora. A boa notícia é que todos estes itens estão avançando e em boa velocidade. Até mesmo por aqui já estamos vendo mais e mais pontos de recarga em rodovias e cidades turísticas.

A previsão é que os carros elétricos alcancem 17% das vendas globais do mercado automobilístico em 2025 e 40%, em 2030. Resta saber qual será a participação do Brasil nestes números.

Publicada originalmente em

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