O Fiat Idea que levou o Papa pelo Rio de Janeiro em 2013 não foi o único veículo comum que o pontífice usou em suas visitas pela América do Sul. Existem outros “Ideias do Papa” e um “Sonic do Papa”, mas o carro que o acompanhou por anos na Argentina era um simples Renault 4.
O “Idea do Papa” foi destaque após a morte de Francisco, em uma história de marketing espontâneo que beneficiou a Fiat – histórica parceira do Vaticano (leia aqui). Um dos carros que serviu Francisco na visita ao Rio está guardado na fábrica da Fiat em Betim. Porém em julho de 2013 aquele não era o único Idea à disposição da equipe do Papa. Nos seis dias que ficou no Rio, Francisco utilizou um Fiat Idea por pelo menos três vezes – na ida à Catedral do Rio, na visita à uma família na favela da Varginha e na volta do encontro com jovens da Jornada Mundial da Juventude.
Após o Rio, Francisco utilizou um Fiat Idea novamente em 2015, quando ele visitava o Equador. Foram outros dois veículos – também fabricados no Brasil – cedidos pela Fiat à igreja católica do Equador. O carro específico que levou Francisco está com a igreja no Equador e tem apenas 306 quilômetros rodados, ou seja, está preservado desde a visita. É esse da foto abaixo.
Na Colômbia, em 2017, Francisco utilizou um Chevrolet Sonic em sua visita à Bogotá (vídeo abaixo). Por lá a Chevrolet, à época, a Chevrolet era uma marca popular com várias opções em sua linha, diferentemente da Fiat, que apenas exportava alguns poucos modelos do Brasil e não tinha uma ampla rede de concessionárias. Atualmente a Chevrolet não fabrica mais veículos na Colômbia.
Na Itália, Papa usou o sucessor do Idea
Outro Fiat ficou conhecido por ser o carro de uso “diário” do Papa. Um Fiat 500L, um SUV que só existiu na Europa e nos Estados Unidos – que a Fiat não fabrica mais – e que, curiosamente, foi o sucessor do Fiat Idea na Itália. Esse carro é um veículo comum da frota do Vaticano e foi utilizado por Francisco até pouco antes de seu falecimento, já que o veículo foi usado para levá-lo do hospital onde estava internado para o Vaticano. Antes desse veículo, o Papa utilizava um Ford Focus – modelo antigo – também da frota comum do Vaticano.
A escolha pelos carros na Fiat não se trata de uma ação de marketing do Vaticano ou da própria marca. Pela proximidade óbvia com a Itália, o Vaticano costuma utilizar preferencialmente produtos e serviços italianos. É o caso do avião que transporta a comitiva papal, sempre uma aeronave cedida pela Alitalia. Quando a Alitalia quebrou, esse papel ficou com a Ita Airways, a companhia italiana que a sucedeu.
A fornecedora histórica de veículos para os papas é a Mercedes-Benz. Os papa-móveis seguem sendo Mercedes, mas como o Papa preferia utilizar veículos mais simples, justificando que gostaria que esse estilo fosse replicado por toda a igreja que ele comanda, a escolha óbvia ficou com a Fiat, que é a fabricante italiana de veículos populares. Vale pontuar aqui que Francisco era um sacerdote da ordem Jesuíta que escolheu homenagear São Francisco de Assis, um santo conhecido pela vida modesta e ensinamentos de amor ao próximo.
Antes de se tornar Papa, Francisco vivia com um cardeal argentino que utilizava muito o transporte coletivo. O carro que ele utilizou por muitos anos era um Renault 4 da década de 80. Esse carro pertencia à igreja católica da Argentina e foi um modelo muito utilizado pelos argentinos. Em 2013, já como Papa, Francisco ganhou um Renault 4 (1984) de um padre italiano que o havia utilizado por muitos anos em sua paróquia. Era uma homenagem.