Renault da Colômbia assume a produção do Kwid exportado para outros países latinos

Renault e parceira local apostam no modelo compacto como um novo marco para a indústria colombiana

A fábrica da Renault na Colômbia passou a produzir o Kwid que é vendido por lá e também nos outros mercados da América Latina, como o México. O Kwid segue também sendo montado pela Renault Brasil, que tem priorizado sua fábrica no Paraná para produzir modelos mais rentáveis, como o Kardian.

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A Renault enxerga no Kwid um automóvel ideal para o público colombiano. Desde 2019 já foram vendidos cerca de 42 mil Kwids no país. A versão mais básica do modelo hoje sai por lá por R$ 75 mil (valor convertido). No Brasil o veículo é vendido por R$ 78 mil.

Renault Kwid em produção na Colômbia (foto: Renault/divulgação)

Reduzir a presença do Kwid na fábrica da Renault no Paraná é uma estratégia para priorizar ali a montagem de carros mais caros, que são mais rentáveis para a Renault. A empresa está em um processo para aumentar seu lucro em todo o mundo e encerrar um período de prejuízos. Aposentar a linha Sandero e apostar no Kardian foi o primeiro movimento neste sentido.

Renault, perfil colombiano

Na Colômbia a Renault opera em parceria com a empresa nacional Sofasa em uma fábrica na região metropolitana de Medellín. A união das duas empresas é algo como a Caoa e a Chery fazem no Brasil. Por lá a empresa ainda fabrica veículos que já foram descontinuados no Brasil, como o Logan e o Sandero. Assim, na Colômbia a empresa adota a estratégia de explorar ao máximo a plataforma antiga da marca, que tem custo mais barato. A cadeia de produção da Renault-Sofasa emprega cerca de 7 mil pessoas no país, segundo a Sofasa.

Fábrica da Renault-Sofasa na região metropolitana de Medellín, com a cidade de Medellín ao fundo (foto: Sofasa)

Aqui há um contexto: a indústria automotiva colombiana está em baixa. A Chevrolet fechou sua fábrica no país no ano passado. A Sofasa iniciou um processo de investimentos para aproveitar parte dos fornecedores que ficaram órfãos sem a Chevrolet. Por outro lado o mercado colombiano é bem menor que o brasileiro, dado também o tamanho do país – que tem 1/4 da população do Brasil.

Além de Kwid, Sandero e Logan, os colombianos ainda tem como opção o Duster, o Kardian (importado do Brasil), o Koleos (que não temos no Brasil e é importado da Ásia) e o Captur (que não temos mais no Brasil e agora vem da Europa).

Por mês os colombianos emplacam pouco mais de 20 mil unidades, o que equivale apenas à soma de vendas da Fiat Strada e do Volkswagen Polo no Brasil. A Renault-Sofasa é responsável por 7% do PIB industrial da Colômbia.

Além da Renault em parceira com a Sofasa, apenas a Hino Motors (japonesa) produz veículos no país em parceria com o grupo Mitsui. Para tornar rentável uma fábrica no país as marcas precisam exportar. O Brasil não é um destino viável porque a Colômbia não está no Mercosul e não possui um acordo comercial que envolva o mercado automotivo. Porém o México, Chile, Equador e até a Argentina são mercados possíveis para os colombianos.

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