Ferrari estuda apertar o cerco contra customização dos seus modelos

Empresa italiana mantém uma vigilância ativa em todo o planeta porque quer manter a tradição da marca

O mercado da customização exagerada de carros de ricos virou uma preocupação para a Ferrari, que não aceita que seus produtos sejam transformados a ponto de perder a originalidade. Por isso a marca estuda restringir suas opções de personalização e apertar o cerco contra quem ousa a customizar a ponto de prejudicar a imagem da empresa, mesmo que seja um cliente.

- CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE -

A marca leva a sério a imagem tradicional que construiu desde sua fundação. O CEO da empresa, Benedetto Vigna, disse ao The Telegraph que a empresa pensa em fechar o cerco contra donos de Ferraris que fazem personalizações extravagantes e definir combinações de cores que seriam permitidos para os carros da marca. Isso vem depois de ricos pelo mundo chegarem a esse tipo de customização:

A Ferrari 458 Italia acima foi customizada pelo DJ Joel Zimmerman com o tema ‘Nyan Cat’ em 2014. Depois ele disse ter sido intimado pelo jurídico da marca para que cumprisse o compromisso assumido na compra de manter a originalidade do veículo. Posteriormente ele postou que desfez a customização e colocou o veículo à venda. Desiludido, comprou uma Lamborghini.

A decisão de limitar customizações diz respeito, inicialmente, ao departamento de customização da marca, que hoje contribui com parte considerável do lucro da empresa. Isso diz respeito à encomendas, principalmente de influenciadores, que fazem combinações extravagantes de cores para gerar comentários em redes sociais. Definitivamente não é o que a marca quer. A Ferrari vê que a Ferrari por si só já deveria chamar a atenção.

Foto: Ferrari/divulgação

A empresa sustenta uma tese que ao vender um veículo é como se ela estivesse vendendo uma obra de arte, e com isso o dono teria o dever de preservar a originalidade da obra. E isso importa no momento que o veículo vai para um segundo dono, por exemplo. O CEO da Ferrari define isso como “vender uma camisa de time com o nome de uma outra pessoa nas costas”. “Temos que estar atentos porque temos que defender os valores e a identidade da marca”, disse Vigna ao The Telegraph.

Geralmente suas séries especiais são oferecidas para pessoas que já fizeram negócios com a marca em algum momento e costuma até a manter uma lista negra de quem já teve problemas com a marca. Problemas como o do DJ citado acima.

Ferrari já processou pizzarias

Não só os donos de Ferrari estão no radar da marca. Em 2019 a marca processou um dentista no interior de São Paulo que fez uma réplica de um carro da marca e, segundo a empresa, tentou vender na internet. A empresa considerou que ele estava vendendo uma falsificação e o vendedor disse que estava se desfazendo do veículo por estar passando por dificuldades financeiras.

- CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE -

No ano de 2022 a marca italiana chegou a abrir processo contra três pizzarias de São Paulo que carregavam o nome e os símbolos da marca italiana na fachada. Ganhou na Justiça para que as empresas retirassem os elementos alusivos à marca e pagassem uma indenização de R$ 5 mil. Na defesa o dono de uma das pizzarias disse ser um fã de automobilismo, o que não ajudou em nada.

- PUBLICIDADE -spot_img

Comentários

Subscribe
Notificação de
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários
- PUBLICIDADE -

NOSSOS DESTAQUES