Foram 25 anos de serviços prestados à Fiat e que permitiram que a marca folgasse na liderança. O motor Fire foi desenvolvido nos anos 80 na Europa para equipar modelos de marcas que pertenciam à Fiat. A estreia na marca italiana aconteceu no segundo semestre de 1999 no Brava e no Punto italiano.
A palavra “fogo” não é a inspiração direta para o nome Fire. A Fiat formou essa palavra como uma sigla para “Fully Integrated Robotized Engine”, ou na tradução livre “um motor que é montador inteiramente por robô”. Foi uma forma que a marca encontrou para passar um ar de modernidade para seu motor que estava sendo fabricado com alto grau de automação.
A primeira missão do motor Fire no Brasil foi tirar a fama de “lentos” da família Palio que usava uma versão do motor Fiasa, que equipou o Fiat 147. As mudanças do Fire em relação ao Fiasa incluía o acionamento eletrônico do acelerador, sem usar cabos, e a introdução da versão de 16 válvulas. Inicialmente essa versão trazia 1242 cilindradas, mas a Fiat “arredondava” para “1.3”. Surgia aí o motor “Fire 1.3 16V”, fabricado no Brasil exclusivamente em Betim.
Em 2001 foi a vez do Fire 1.0 de oito e de 16 válvulas. O primeiro chegou no Mille e o segundo no Palio. A grande diferença para quem teve um Palio da primeira geração e um Palio com o motor Fire é que na primeira versão o carro se arrastava para desenvolver uma boa velocidade. Não que o motor Fire fosse um mestre da eficiência, mas em baixas rotações ele já apresentava disposição para arrancadas ou retomadas, justamente o que o motor antigo não tinha. Essa fórmula foi essencial para a Fiat enfrentar a Volkswagen na época em que as duas duelavam mês a mês a lista dos carros mais vendidos.
Outro ponto destacado na publicidade da Fiat na época era o consumo do motor Fire 1.0. O Palio Fire de 2000 fazia 11,9 km/l na cidade e 17,8 km/l na cidade. Naquela época o motor Fire existia apenas na versão 100% a gasolina.
Em 2006 a Fiat fez atualizações no motor. Aposentou a versão 1.3 e criou um Fire 1.4 com versões aspirada e turbo. A versão turbo equipou lançamentos esportivos da marca, como o Punto T-Jet. Já a versão 1.4 aspirada ficou no mercado até o ano passado e nos últimos anos equipou a Fiorino e também a Strada. Novas atualizações no Fire foram feitas em 2010 para aumentar a eficiência, essa versão melhorada foi chamada de “Fire Evo”, de “Evolution”.
Desde 2022 o motor Fire equipou os mais diversos veículos da linha Fiat, como os da família Palio, a Dobló, o Punto, a Strada, a Fiorino, o Uno e o Mobi.
O motor Fire ficou conhecido como uma opção econômica: baixo consumo de combustível e manutenção barata. Pecava pelo desempenho sofrível comparado o que outras marcas lançaram posteriormente. O Fire deixou de ser o principal motor da Fiat no Brasil em 2017, com o lançamento do Argo. A dupla Argo e Cronos chegou equipada com um novo motor desenvolvido na Europa, chamado de “Firefly”, que é mais eficiente e foi um projeto novo dentro da Fiat, sem relação direta com a linha Fire.
Em 2024 ainda existiam duas versões do motor Fire sendo fabricadas em Betim, na unidade industrial da Fiat: o 1.0 exclusivamente para o Fiat Mobi e o 1.4 exclusivamente para a Fiat Fiorino. Os dois modelos abandonaram o Fire na virada de 2024 para 2025 porque o motor Fire já não atendia completamente a legislação brasileira de emissão de poluentes.