Novo chefão da Stellantis pode ser italiano que comandou a Fiat no Brasil

Saída de Carlos Tavares abre disputa interna sobre quem irá comandar a Stellantis daqui para frente

A Stellantis está atrás de um novo nome forte após a saída do português Carlos Tavares do comando da companhia, no último domingo. Um dos cotados ao cargo é o italiano Antonio Filosa, que trabalhou cinco anos no Brasil, a maior parte deles à frente da operação América Latina da Stellantis, e também na FCA, como era chamado o grupo Fiat antes da fusão com a PSA.

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Filosa integrará o grupo de transição até a escolha do novo CEO, que deve ocorrer em 2025. Ele estava há menos de um ano comandando as operações globais da Jeep, após ser promovido e deixar o comando da Stellantis para a América Latina.

Antonio Filosa estava há menos de um ano na operação global da Jeep

Carlos Tavares pediu demissão após um alerta sobre o lucro do grupo, que perdeu 40% de valor em 2024. A Stellantis reúne as marcas de Fiat e Peugeot e enfrenta queda nas vendas em mercados em que ela já era consolidada, como Estados Unidos e Europa. Na América Latina o grupo segue líder de vendas. Pesou contra a empresa em 2024 a redução de competitividade frente aos chineses, a dificuldade em recuperar mercado com suas marcas nos Estados Unidos e estratégias controversas para carros elétricos das marcas adotadas na Europa.

Até que um novo presidente assuma a Stellantis, o comitê interino será gerido por John Elkmann, atual presidente do conselho de administração e herdeiro da família Agnelli – originalmente dona da Fiat, ainda a maior acionista do grupo.

Disputa para a presidência

Antonio Filosa é cotado para o cargo, mas segundo a Reuters tem concorrência de outros membros do próprio comitê interino. São também cotados Maxime Picat, diretor de compras e de qualidade com fornecedores, Jean-Philippe Imparato, responsável pela companhia na Europa, Douglas Ostermann, diretor-financeiro da Stellantis, e Richard Palmer, conselheiro especial de Elkann.

A concorrência se estende a outros nomes, como o de Mike Manley, antigo CEO da FCA, Edouard Peugeot, herdeiro da família Peugeot e que também integra a Stellantis, Luca de Meo, atual CEO da Renault, e Jose Munoz, recém-eleito CEO da Hyundai. Um nome de fora não foi descartado ainda.

Carlos Tavares pediu demissão no último domingo (01/12)

Pesa a favor de Filosa o bom desempenho da companhia na América Latina. Foi em sua gestão que a Fiat se tornou líder de vendas na região, incluindo o Brasil, onde atualmente a Stellantis detém 30% do mercado, somando as suas cinco maiores marcas.

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O mercado reagiu mal ao anúncio da saída de Carlos Tavares. As ações da Stellantis caíram 6,3% em Milão, Itália, no dia seguinte ao pedido de demissão. Em 2024, os papeis da fabricante responsável por 15 marcas diferentes recuaram 44%.

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