Quais gerações do Golf tivemos no Brasil? Veja a história do carro no Brasil até a geração atual

Carro que foi construído para ser popular na Europa chegou aqui com status de produto premium. Mas foi o Golf GTI - esportivo - que de fato fez o nome do Golf no Brasil

O Golf voltará ao Brasil após um período de quatro anos fora da linha da Volkswagen. Falamos sobre isso aqui. Vamos receber, enfim, a oitava geração do modelo que será importada da Europa. Das oito gerações tivemos apenas três no Brasil, suficientes para criar uma legião de apaixonados pelo carro.

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Fomos privados das primeiras gerações

A primeira geração não veio oficialmente por uma razão óbvia. O Golf foi criado pela Volkswagen para substituir o fenômeno Fusca na Europa e, posteriormente, nos Estados Unidos – onde recebeu o nome de Rabbit (essa história contei aqui). O projeto era moderno e caro para o Brasil e a marca optou por fazer um projeto mais simples, que era o Gol, uma versão de carro popular para países de terceiro mundo.

Golf em seu início ao lado de seu designer: Giorgetto Giugiaro (foto: reprodução/ Volkswagen)

Geração 3

Na Europa, de 1990 a 1996 / No Brasil, de 1993 a 1997 (importado)

Assim o Golf só encontrou uma oportunidade para chegar por aqui em fevereiro de 1993 por outra razão histórica: o Brasil havia retirado barrerias comerciais e abriu o mercado para carros estrangeiros (essa história o Turboway contou aqui). Foi então que recebemos a terceira geração do modelo. Era o esportivão da moda da época.



A versão GTI tinha carroceria de 2 portas com motor 2.0 de 114cv. Lembro de um amigo no interior de São Paulo que ficou por anos com o modelo na cor vermelha e teto solar, um xodó. A versão com motor 2.8V6, de 174cv, chegou em 1996.

Essa geração 3 chegava por aqui já com atraso, porque na Europa ele já rodava desde 1990. Aqui ele chegou bem na época que o Gol ganhava sua versão “bolinha”, era uma revolução da Volks em sua linha para encarar de frente os asiáticos que chegavam com força aqui.

Geração 4

Na Europa, de 1997 a 2005 / No Brasil, de 1998 a 2016 (fabricação nacional, com uma atualização em 2008)

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Por esse atraso em relação à Europa, o carro que era importado trocou logo de geração. Foram quatro anos até a chegada da geração 4, em 1998, que era importada da Alemanha em três versões, com motores 1.6, 2.0 e o 1.8 turbo que equipava a versão GTI.

Foi a versão GTI o cartão de visitas do Golf por aqui e que marcou o veículo como esportivo na memória de quem gosta de carro. Afinal o veículo em sua versão normal nada mais era do que um carro popular da Volks em seus mercados de primeiro mundo.

Em 1999 a Volks iniciou a produção do Golf geração 4 em sua fábrica do Paraná. Isso foi bom, porque popularizou e permitiu que o modelo ficasse por aqui. Explico: foi nessa época que o Real sofreu uma desvalorização brutal em relação ao Dólar e isso acabou com a vida de vários modelos importados por aqui (essa história eu contei aqui).

O Jornal OGlobo destacou em 10 de fevereiro de 1999 – ainda quando o carro era importado – que a Volkswagen já vendia o carro com desconto (por R$ 42 mil na época) para enfrentar o Chevrolet Vectra e o Fiat Marea, que já eram nacionais. Se você encontrar um Golf desta geração importado (98 ou 99), saiba que essa alta de preço da época fez com que existam poucos por aí. Se estiver em boas condições, você pode até chamar de raridade.

Se a nacionalização do Golf teve seu lado bom, também é importante dizer o lado ruim: a Volks se acomodou na plataforma da quarta geração e a explorou ao máximo. Enquanto o Golf recebia uma quinta e uma sexta geração na Europa, cá estávamos nós presos em uma eterna geração 4.

Geração 4,5

Foi fabricado apenas no Brasil e exportado para alguns mercados da América Latina e Canadá

Em 2008 todos esperavam a chegada da atrasada quinta geração ou do alinhamento com os europeus para a chegada no ano seguinte da sexta geração. Não aconteceu. A Volks mexeu na quarta geração para lançar uma maquiagem na antiga geração.

Ganhou elementos mais modernos, mas era o velho Golf de quase 10 anos atrás melhorado. Apenas isso. Freios ABS, que não eram obrigatórios naquela época, ficaram de fora. Um absurdo para um carro com a proposta do Golf. Muitos definem o Golf como um veículo com a confiabilidade da mecânica de um Gol e o conforto de um acabamento mais fino, ainda que esse “fino” seja referência a plásticos de melhor acabamento.

O Golf GTI também esteve presente nesta Geração 4.5, mas foi tirado de linha em 2010. A função de ser um “esportivo” da linha ficou para o Golf GT, que não tinha a mesma esportividade do GTI. Percebia-se que nesta época o Golf apenas cumpria tabela na linha da Volks.

Geração 7

Na Europa, de 2013 a 2020 / No Brasil, de 2016 a 2021 (fabricação nacional)

Todas as gerações do Golf. Na frente a primeira e a oitava geração. Ao fundo, da esquerda para a direita: sétima, sexta, terceira, quinta, segunda e quarta gerações (foto: divulgação)

A sétima geração só chegou em 2016 (quatro anos após da estreia na Europa). Chegou nas versões Comfortline, Highline e voltou com o GTI 2.0. Porém, essa linha só durou quatro anos. Foi embora quase que ao mesmo tempo que sua despedida na Europa. O carro até poderia ficar mais tempo por aqui – e acreditamos que a Volks o manteria até a chegada da próxima geração, mas a pandemia e a alta do dólar aceleraram a despedida do Golf.

Lá em 2020 os europeus já comemoravam chegada da oitava geração e aqui a Volks discursava que “o Polo GTS ocuparia o lugar do Golf”. Não ocupou, talvez tenha sido um lapso de um momento em que a própria VW não entendeu o simbolismo que o nome Golf ganhou por aqui.

Abaixo a foto do Golf de oitava geração, que chega no Brasil em 2025 (leia sobre isso aqui):

Publicada originalmente em

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