Decisão política de governo chinês pode favorecer venda de carros no Brasil

Governo recomendou montadoras a evitar investir em antigos parceiros comerciais.

A China tomou uma decisão política que afeta as suas relações comerciais, para o bem e para o mal. De um lado, ela se afasta de possíveis grandes parceiros. E, de outro, pode favorecer aqueles com quem ela já mantém relação – como nós.

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O governo chinês aconselhou todas as montadoras do país a evitar relações comerciais com Rússia, Índia e Turquia, todos emergentes e os dois primeiros integrantes dos Brics, bloco comercial que, em teoria, facilita e incentiva o comércio de todo o tipo.

Segundo a Reuters, a China foi ainda mais dura ao tratar da Índia. O governo chinês proibiu a venda para o país asiático. Com Rússia e Turquia ela advertiu ‘fortemente’ para evitar as vendas. De uma forma mais branda, o governo chamou a atenção para quem pensa em investir na Europa e na Tailândia.

O motivo, segundo a Reuters, extravasam o campo econômico. Em relação a Índia, as relações estão abaladas há pelo menos 4 anos, por disputas territoriais em área próxima às duas fronteiras. A Índia foi a primeira a cortar relações.

Já a relação com a Rússia andava bem. Foi a China, inclusive, que socorreu os russos quando vieram os embargos econômicos causados pela guerra contra a Ucrânia. A Chery vem investindo em território russo, levando Jaecoo e Omoda, assim como faz em outras partes do mundo, incluindo o Brasil. A preocupação é que haja algum tipo de retaliação maior de países ocidentais que prejudiquem as empresas chinesas.

Já as recomendações sobre investimentos na Europa ocorrem por causa do possível aumento na taxação para carros chineses. O governo acredita que o cenário de vendas poderá mudar muito em pouco tempo. As empresas precisariam, portanto, refazer as contas sobre lucros, que poderão ser reduzidos drasticamente após uma canetada.

Como a China está com o mercado automotivo muito aquecido, as empresas locais estão sedentas por expansão. Por esse motivo, deverão manter os mesmos níveis de investimentos mas em menos países, o que tende a aumentar os valores gastos em todos eles, incluindo o Brasil.

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