Não dá para afirmar que este seja o momento do carro sedã no Brasil, afinal o mercado já há algum tempo deu uma guinada para os SUVs, que invadiram as maiores cidades do país. Mas talvez seja esta a aposta da BYD ao lançar aqui o seu mais novo sedã, o BYD King.
É que com poucos concorrentes, a BYD tem mais chance de conseguir impressionar o mercado, se conseguir algo realmente ousado: liderar uma categoria que já tem o seu rei posto.
O Toyota Corolla é o preferido da esmagadora maioria daqueles que ainda preferem ter um sedã na garagem ou um táxi para trabalhar. Os motivos são mais do que claros: não é pelo preço, mas pela história. A Toyota conquistou credibilidade de carro confiável, premium, luxuoso e desejável. Como quebrar isso?
A BYD realmente pensa ousado. Na apresentação do seu novo modelo, por exemplo, ela o colocou ao lado de um Toyota topo de linha, o Hybrid Premium, que custa R$ 200 mil. Para ser mais ousada ainda, o BYD da comparação era o King, o GL, que custa R$ 175 mil. Com os dois lado a lado, ela deu as chaves aos jornalistas para estes tirarem conclusões.
O King é maior, mais pontente e mais barato do que o Corolla. Mesmo a versão topo do chinês, a GS, custa menos. São R$ 15 mil de diferença, que podem mexer com o mercado.
Mas a BYD também errou ao não trazer teto solar e, pasmem, um ACC ou algo do tipo. Os clientes também vão torcer o nariz ao abrirem o porta-malas e se depararem com um kit de reparo em vez do velho estepe.
As qualidades do BYD, no fim das contas, chamam mais a atenção. Além do motor híbrido de ótima potência (209 cavalos combinados), o acabamento interno é muito superior ao do rival japonês.
A Toyota vende atualmente 2.600 unidades do Corolla por mês. Seu rival histórico, o Honda Civic, sumiu da briga porque ficou caro demais e vende 120 unidades mensais. Os outros rivais, o Nissan Sentra e o VW Jetta não possuem versão híbrida no Brasil.
Resta à BYD provar o seu valor. A julgar pela chegada, o King tem tudo para incomodar a Toyota, que vai ter que sair da inércia causada pela falta de rivais.