Toyota, Honda, Mazda e Suzuki falsificaram emissões e testes de segurança

Presidente da Toyota pediu desculpas publicamente nesta segunda-feira; parte da produção foi afetada.

Toyota, Honda, Mazda e Suzuki admitem que fraudaram testes de segurança e emissões pra conseguir homologar veículos no Japão. O caso é tratado como escândalo no país e já afeta a produção das montadoras. A Toyota se pronunciou nesta segunda-feira pedindo desculpas pelo caso. Todas as montadoras afirmam que os problemas envolvem apenas modelos comercializados no Japão.

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O caso começou depois que a Daihatsu, uma subsidiária da Toyota, foi pega cometendo as fraudes. A empresa admitiu que fraudou resultados de testes de segurança em seus veículos nos últimos 30 anos. A partir daí, o Ministério de Terras, Infraestrutura, Transporte e Turismo (MLIT) do Japão lançou uma investigação sobre as práticas de outras montadoras nacionais. A investigação é retroativa a 2014, ano em que se suspeita de fraudes em massa.

A investigação está sendo feita em toda a indústria do Japão, com 85 fabricantes fazendo apurações internas. Até o fim de maio, 68 declararam que não encontraram problemas, 12 ainda nao terminaram as apurações e 5 admitiram ter encontrado fraudes internas.

A situação é pior para a Toyota, pois ela já esteve envolvida em outros casos de fraudes de testes de homologação. Em maio do ano passado, a montadora chegou a ficar impedida de produzir modelos Yaris Ativ na Tailândia.

Daquela vez, a fraude foi constatada em uma das portas do carro, que é desenvolvido pela Daihatsu. A subsidiária colocou um acabamento nas portas de 88 mil unidades para melhorar o desempenho nos testes de impactos laterais. O problema não afetou os modelos comercializados no Brasil.

Agora, a Toyota verificou que o problema é maior ainda. Ela reconheceu ter apresentado dados falsos nos testes de segurança de pedestres e ocupantes do Corolla Fielder, Corolla Axio e Yaris Cross, todos atualmente em produção no país japonês. Além disso, as investigações internas revelaram adulteração de testes de colisão em modelos já fora de linha, como Crown, Isis, Sienta e Lexus RX.

Apesar de tudo, a Toyota disse que a verificação interna confirmou o cumprimento de todos os regulamentos de segurança para os veículos afetados, indicando que nenhuma ação adicional é necessária por parte dos proprietários. A empresa se desculpou publicamente pelo caso.

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Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (3) no Japão, Akio Toyoda, presidente do grupo, curvou-se diante dos jornalista por vários segundos, em gesto habitual no Japão para um pedido de desculpas.

O presidente da Toyota, Akio Toyoda, fala durante uma entrevista coletiva em Tóquio, segunda-feira, 3 de junho de 2024. (foto: Kazushi Kurihara/Kyodo News via AP)

A falha, no entanto, vai além da Toyota. A Mazda revelou que o software de controle do motor do roadster MX-5 RF e do hatchback subcompacto Mazda2 foi reescrito durante os testes oficiais de produção.

A empresa também admitiu ter aplicado modificações indevidas em veículos de teste de colisão dos descontinuados Atenza/Mazda6 e Axela, embora tenha afirmado também que os modelos de produção atendem aos padrões de segurança.

A investigação interna da Honda revelou declarações falsas em testes de ruído de 22 veículos já fora de linha. Os modelos afetados incluem Inspire, Fit, Fit Shuttle, Shuttle, CR-Z, Acty, Vamos, Stepwgn, Legend, Accord, Insight, Exclusive, CR-V, Freed, N-Box, N-One, Odyssey, N- Wgn, Vezel, Grace, S660, Jade e NSX – todos comercializados apenas no Japão.

Por fim, a Suzuki disse que a fraude foi constatada em um único modelo, já fora de linha: a versão LCV da geração anterior do Alto, produzido entre 2014 e 2017. A Suzuki descobriu que a distância de frenagem listada no teste oficial era menor que as medições reais.

Segunda fase das investigações

Como dissemos, as fraudes foram apontadas pelas próprias empresas, em investigações internas. Agora, as autoridades japonesas irão realizar investigações in loco nas instalações das montadoras para confirmar os dados. As montadoras também foram instruídas a fornecer informações e suporte aos proprietários afetados, conforme necessário.

Enquanto isso, a produção de modelos em linha envolvidos nas fraudes está paralisada, até que as investigações avancem e confirmem se os carros estão mesmo sendo fabricados de forma segura para os consumidores.

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