Se você nunca teve a experiência de procurar um botão para aumentar o volume do som e encontrar no lugar uma tela touch screen, não sabe o que é frustração. Para quem já passou por esse tipo de raiva, aí vai uma boa notícia: para que os carros alcancem nota máxima em segurança, vão precisar ter sempre botões físicos.
Essa é uma decisão que ocorre na Europa, mas sabemos que sempre importamos de lá esse tipo de medida. Com certo atraso, é verdade. A estimativa é que a obrigação comece em dois anos no Velho Continente.
Os europeus perceberam a nítida vantagem do botão físico na atenção do motorista. Quantos de nós desviamos o olhar da estrada para não só tatear, como encontrar o lugar certo para tal? Os botões são sempre referência tátil, permitindo que outro sentido fique ileso, a visão, tão importante na condução de um carro.
O NCAP – Programa Europeu de Avaliação de Carros Novos – vai incorporar os botões nas suas avaliações de segurança. Para que os fabricantes conquistem notas máximas, vão ter que ter um mínimo de informações físicas em funções-chave do veículo.
Voltando ao começo do texto, não está claro se a obrigatoriedade se estenderá, por exemplo, aos controladores de som do carro. A preocupação maior será com itens de segurança, como acionamento de luzes de emergência, limpadores de pára-brisa, chamados SOS e até a buzina.
Parando para pensar, os itens citados não costumam ser acionados por telas. Ninguém tateia um campo sensível ao toque para buzinar no trânsito, por exemplo. Mas talvez a medida antecipe uma tendência e evite o pior.
É que a troca de botões por telas foi uma maneira encontrada pelas montadoras para baratear seus carros. Em vez de fabricar peças, elas percenberam que basta criar softwares e ir atualizando a central multimídia, por exemplo.
A Tesla era a mais adiantada neste processo de dar fim aos botões. Os piscas do carro já são relegados ao toque, causando inclusive revolta em muitos fãs da marca.
Pode ser que a Tesla nem se importe tanto com a medida, já que, por enquanto, não será obrigatória. Mas para que a marca chegue à classificação máxima de segurança, terá que voltar aos botões que um dia ela ousou criticar.
Já a Volkswagen, que vem sofrendo críticas de seus clientes por trocar botões físicos por áreas sensíveis ao toque nos volantes, decidiu dar um passo atrás e voltar ao que era nas versões GTI e RS do Golf MK8.