Após a Europa reclamar da presença dos carros chineses, é a vez dos EUA se preocuparem. Embora existam barreiras para os modelos chineses serem vendidos em solo americano, eles estão cada vez chegando mais, aproveitando, principalmente, de uma brecha comercial.
Os chineses estão evitando mandar carros diretamente aos EUA para evitarem as altas taxas protecionistas. Em vez disso, estão recorrendo a um grande parceiro comercial americano, o México.
Para burlar a taxação de 27,5%, os carros estão sendo montados no país mexicano e entrando nos EUA por meio da cota de importação existente entre os países, que isenta a alíquota. O acordo bilateral é comum entre países vizinhos e grandes parceiros comerciais. O Brasil e o México nutriram parceria do tipo por um bom tempo.
Ocorre que EUA e México fizeram o acordo visando os dois países apenas. Não se cogitava, até então, que os chineses iriam se aproveitar do acordo para colocar mais de seus carros na maior economia do mundo.
A prova de que está indo bem a empreitada é que o México se tornou o principal parceiro comercial dos EUA, superando a própria China. Só que o número mascara o que a China está colocando dentro do território americano.
A AAM, uma espécie de Anfavea dos EUA, está tentando convencer o governo americano a banir os carros chineses que entram no México. A posição da AAM ganhou força depois que a BYD anunciou investimentos bilionários em uma fábrica no México. Está claro o uso do México como plataforma de exportação para os EUA.
Se a pressão da AAM vingar, a taxação de importados valerá para a origem da marca do veículo. Neste caso, todos os carros chineses seriam taxados, não importa de onde saiam. Não parece fazer sentido, já que o acordo entre EUA e México não previa esse tipo de diferenciação. E, como todos sabe, o México não possui montadoras próprias.