O preço dos combustíveis segue em alta no Brasil. Já há algum tempo que não vemos a gasolina abaixo dos R$ 5 e o motorista tem preferido o álcool nos estados em que ele mantém um preço acessível.
Turboway tem uma calculadora para você saber quando vale abastecer com álcool ou gasolina. Basta clicar aqui. Abaixo o nosso texto explica porque a gasolina está com preço alto e informa que a queda do preço depende agora da decisão dos países que lideram a produção.
Por que está alto?
O cenário atual é diferente do motivo da subida de anos anteriores. Atualmente há uma escassez de petróleo por uma estratégia de mercado dos países produtores. Enquanto há uma demanda de aumento de energia pelo planeta, os produtores de petróleo decidiram reduzir a produção.
De um lado os países super consumidores do petróleo estão com o estoque baixo. É o caso dos Estados Unidos. De outro os países produtores, que enxergam oportunidade, já que a demanda está alta. Quem tem muito petróleo acaba segurando seu estoque para vender mais caro. Países árabes formam em peso esse grupo.
A situação dos Estados Unidos ficou tão complicada com os estoques de petróleo que o país negocia desde agosto a compra do produto com a Venezuela, outro grande fornecedor potencial. Com isso os americanos ficaram em uma encruzilhada: aplicaram várias sanções ao país latino por ali existir uma ditadura, mas agora tem ele como principal opção.
E o Brasil nessa?
O Brasil é produtor de petróleo, mas destina boa parte do produto para o mercado interno. Nessa onda de escassez lá fora o Brasil pouco se beneficia, por não ter o produto extraído em abundância para oferecer.
Há ainda outro fator que encarece o preço da gasolina em estados específicos, como é o caso da Bahia. Algumas refinarias da Petrobrás foram privatizadas no último governo, o que colocou as empresas compradoras em uma situação curiosa. Elas compram praticamente todo o combustível da Petrobrás e vendem sem concorrência.
Alta histórica
Desde o início da pandemia da Covid19 o preço do petróleo subiu em todo o mundo. Isso motivou a subida de preços naquele período entre 2020 e 2021. Em 2022 houve uma nova subida com o início da Guerra da Ucrânia, com a expectativa sobre os desdobramentos do conflito.
A partir do segundo semestre de 2022 o preço se estabiliza e tem uma leve queda. A Petrobrás, por seguir a cotação internacional, acompanha o preço, embora boa parte do combustível consumido no Brasil seja extraído e refinado todo dentro do país.
Com a mudança de governo foi proposto um novo modelo em que o preço do petróleo acompanha a cotação internacional, mas também leva em consideração outros fatores. É um meio termo entre agradar os consumidores e também os acionistas da Petrobrás – o governo é majoritário.
O preço vai voltar a cair?
Só quem pode responder essa pergunta é a Petrobrás, mas se depender do mercado internacional não vai não.
Segundo previsão do banco francês Société Générale o barril de petróleo deve ficar na casa dos US$ 100 em 2024. A informação foi publicada pelo Wall Street Journal. Só abaixa se os países super produtores (que formam a Opep) decidirem aumentar a produção. Ou se os países compradores encontrarem outra fonte.