Ele tem cara e corpo de Renault Clio, mas é um Mitsubishi Colt. A montadora japonesa aproveitou a estrutura do hatch francês para lançar a sétima geração do Colt, que chegou a frequentar o Brasil nos anos 90, sem muito sucesso.
Desta vez o Colt usa a estrutura de carro híbrido do Clio, e entrega ao cliente um motor 1.6 aspirado aliado a dois motores elétricos e uma bateria de 1.2 kWh. Há também uma opção 1.0 a gasolina – versão esta que foi descontinuada pela Renault em alguns países.
O modelo japonês chega à Europa em 2024 e é um da lista de 16 lançamentos da Mitsubishi que mostramos recentemente. E não será o único a embarcar na onda da Renault. O ASX usa a mesmíssima plataforma do Captur.
Mas por que a Mistubishi pegou o Clio e só trocou o símbolo da Renault pelo dela? Isso é comum na indústria automobilística e tem nome. É o rebadge, conforme explicamos aqui.
Em resumo, o rebadge é um processo pelo qual uma montadora utiliza um modelo existente, faz algumas alterações estéticas e o relança com um novo nome e marca. Isso permite que a montadora amplie sua linha de produtos, aproveite a reputação de um modelo existente ou reduza os custos de desenvolvimento.
Existem várias razões pelas quais uma montadora pode optar por rebatizar um modelo em vez de desenvolver um completamente novo. Citamos três delas: expansão, reputação e custos.
Uma montadora pode querer ampliar sua oferta de veículos sem ter que investir tempo e recursos significativos no desenvolvimento de um modelo totalmente novo. Rebatizar um modelo existente permite que eles adicionem uma opção adicional à sua linha de produtos rapidamente, garantindo uma expansão a curto prazo. A Mitsubishi está atrasada em eletrificação e quer dar logo esse salto.
Se um determinado modelo já é bem conhecido ou possui uma reputação positiva, uma montadora pode optar por rebatizá-lo e capitalizar sobre essa reputação. Isso pode ajudar a aumentar as vendas e a aceitação do veículo no mercado.
Rebatizar um modelo existente pode ser uma maneira mais econômica de introduzir um novo veículo no mercado. Em vez de investir em pesquisa, desenvolvimento e teste de um modelo totalmente novo, a montadora pode fazer ajustes menores e renomear um modelo existente para atender às suas necessidades.
Por outro lado, a marca perde também. Ela deixa a originalidade de lado, frustrando quem gosta de comprar carros daquela montadora. Sem contar que quem copia por último normalmente fica menor na história. No caso desta matéria, a Mitsubishi parece uma submarca da Renault, não é verdade?
Além do rebadge, muitas montadoras criam estratégias para nomes locais. O nosso Corsa, por exemplo, se chamou Jilin Jiangbei Meilu na China. Mas isso é outra história…