Bioceânica será rodovia que ligará Brasil ao Chile

Rodovia poderá reduzir tempo de envio de exportações em até duas semanas

Imagine sair do lugar mais alagado do planeta e, sem mudar de estrada, chegar ao local mais seco do mundo. Essa será uma das possibilidades do Corredor Bioceânico, complexo projeto de infraestrutura que ligará o Pacífico ao Atlântico, os dois oceanos que banham a América do Sul, ao custo de US$ 10 bilhões, cerca de R$ 50 bilhões.

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O projeto, desenvolvido desde 2015, irá conectar os portos de Santos, no Brasil, e de Antofagasta, Mejillones, Tocopilla e Iquique, no Chile, passando pelo Paraguai e pela Argentina. Esse corredor tem como objetivo facilitar o comércio entre os países da América do Sul, reduzindo os custos logísticos e aumentando a competitividade das empresas da região.

Trecho por onde passará corredor. Em azul pontilhado, trecho que precisa ser construído pelo Paraguai

Atualmente, os navios precisam atravessar o Canal do Panamá para acessar os oceanos, o que aumenta a viagem em duas semanas, no mínimo, além de encarecer o frete, já que as taxas no Panamá são altas.

A obra está sendo conduzida pelo governo brasileiro em parceria com os governos dos demais países envolvidos. O trecho brasileiro do corredor é composto pelas rodovias BR-267, no Mato Grosso do Sul, que será duplicada e modernizada, além da construção de uma ferrovia paralela. Já na Argentina, a rota será a Ruta Nacional 34, que corta o extremo norte do país, e que também passará por melhorias.

No Paraguai, o corredor passará pela Rota Transchaco, uma estrada de terra que será pavimentada, além da construção de novas pontes e rodovias. Já no Chile, a infraestrutura existente será utilizada, com a melhoria de alguns trechos. Com isso, a expectativa é de que o corredor bioceânico tenha cerca de 3,5 mil quilômetros de extensão e possa ser percorrido em até 5 dias.

A obra deve ser concluída em 2025, e a expectativa é de que ela traga grandes benefícios para os países envolvidos. Além de reduzir os custos logísticos para as empresas que precisam transportar mercadorias entre as regiões, o corredor também deve aumentar a circulação de turistas e de produtos agrícolas. O projeto também pode estimular novos investimentos em infraestrutura, como a construção de novos portos e aeroportos.

Corredor Bioceânico irá interligar Brasil, Chile, Argentina e Paraguai aos dois oceanos que banham o continente

O corredor bioceânico é considerado um importante passo para a integração regional da América do Sul e pode contribuir para o desenvolvimento econômico e social da região. No entanto, é importante que os governos envolvidos garantam a preservação ambiental e respeitem os direitos dos povos indígenas que vivem na região, para que o projeto seja realmente benéfico para todos.

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O Paraguai deverá aportar a maior parte dos investimentos porque é o que menos possui infraestrutura existente entre os envolvidos. Ao final das obras, terá acesso facilitado para os dois extremos do continente, e poderá importar e exportar de quem quiser.

O turismo também será beneficiado. Como falamos no início do texto, será possível sair do Pantanal e ir até o Deserto do Atacama sem trocar de estrada. Resta saber quanto vão custar os pedágios, que certamente existirão.

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