Rodoanel de SP agora é prometido para 2026. Veja perguntas e respostas sobre a obra

Último trecho do Rodoanel está há anos parado e beneficiaria usuários de rodovias como Dutra, Ayrton Senna, Anhanguera e Bandeirantes

O Governo de São Paulo promete entregar o Rodoanel da cidade de São Paulo completo em 2026. A promessa foi dada após novo leilão da obra da parte norte da obra, realizado na Bolsa de São Paulo, a B3. É mais um capítulo de uma obra necessária, atrasada e que gerou muito prejuízo ao dinheiro público.

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A empresa que ganhou a concorrência é um fundo de investimento e nos próximos dias deve retomar as obras, se não houver questionamentos à concorrência.

Rodoanel Norte tem vários trechos que foram abandonados pela antiga empresa (foto: reprodução/ tv Globo)

Por que a obra estava parada?

O Rodoanel de São Paulo é um projeto de 1990 de uma rodovia circular que pronto deve contornar toda a cidade, evitando principalmente que caminhões trafeguem pela cidade. O principal objetivo é desafogar o trânsito.

O Rodoanel é dividido em quatro partes, sendo que três já funcionam. A parte final, relicitada agora, é o trecho norte, com obras que se arrastam há anos.

As obras estão paradas há cinco anos. Suspeitas de corrupção e irregularidades na condução da obra com a gestão da Dersa acabaram atingindo o contrato anterior. A gestão João Doria resolveu então fazer um levantamento total da obra com o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) para então partir para uma relicitação, que só aconteceu agora.

Rodoanel Norte vai ter pedágio?

Vai ter pedágio e se fosse cobrado hoje seria de R$ 7. O trecho, porém, não terá cabines de pedágio. O Rodoanel Norte terá sistema “Free Flow”, que nós explicamos como funciona aqui no Turboway, e nada mais é do que o pedágio cobrado por quilômetro rodado. A cobrança é feita por sensores ao longo da rodovia.

Quem será beneficiado quando o trecho estiver pronto?

O trecho Norte do Rodoanel funcionará como uma espécie de extensão da via Dutra que ajudará motoristas a evitar o trecho de Guarulhos, um dos piores do trecho paulista da estrada.

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Compreende o trecho que sai da via Dutra em direção às rodovias Anhanguera e Bandeirante, no trecho que passa perto do distrito de Perus, na zona noroeste da capital.

Mapa do trecho Norte do Rodoanel corta toda a região norte e partes da cidade de Guarulhos (imagem: Dersa)

Portanto serão beneficiados os motoristas que seguem pelas rodovias Dutra e Ayrton Senna para seguir para regiões do interior de São Paulo atendidas pelas rodovias Anhanguera, Bandeirantes e Castelo Branco e vice-versa.

Outro grupo que será beneficiado é o de pessoas que usam a Dutra e a Ayrton Senna para chegar à cidade de Osasco ou as zonas oeste e sul de São Paulo. Será possível ir até estes locais sem passar pela Marginal Tietê. Também se aplica aos que vem de Minas Gerais pela Fernão Dias.

Para quem vem por essas rodovias e vai para o sul do Brasil o Rodoanel Norte vai economizar tempo, já que a alternativa atual sem passar pela cidade de São Paulo é seguir pelo trecho leste do Rodoanel.

O projeto ainda contempla uma alça de acesso que sai do Rodoanel e segue em direção ao Aeroporto de Guarulhos. Essa alça seria importante para desafogar a rodovia Hélio Smidt, que atualmente é o único acesso da Dutra com o aeroporto. Porém não está claro quando esta alça estará pronta.

Outro grupo beneficiado será o de moradores de São Paulo e Osasco, que poderão acessar o aeroporto sem ter que enfrentar o trânsito da Dutra e da Marginal Tietê.

Quem vai administrar a rodovia?

Nada de CCR ou de Ecovias, a vencedora da concorrência do trecho norte do Rodoanel foi um fundo de investimentos. A Via Appia Fundo de Investimento e Participações é um fundo criado em fevereiro deste ano pela Starboard, uma empresa que investe em negócios em dificuldades com o objetivo de reestruturá-los.

No portifólio da Starboard estão negócios bem sucedidos, como a reestruturação da 3R Petroleum e também da Gemini Energia. Também há negócios problemáticos que não acabaram como o planejado, como a gestão da Ricardo Eletro após a empresa entrar em crise financeira.

O que a Via Appia fará agora é uma inspeção para iniciar as obras e posteriormente a contratação de empresas de engenharia, já que é um fundo de investimento e não possui relação direta com a área.

Nada impede, contudo, que a Via Appia venha terceirizar a gestão da rodovia com alguma concessionárias já existente. Ou ainda que o fundo de investimento adquira uma concessionária, como a SP Mar, que é uma empresa atualmente em dificuldades financeiras que administra os trechos leste e sul do Rodoanel.

Qual a duração do contrato e quanto será gasto?

O contrato é de 31 anos onde a Via Appia será responsável por construir e também por administrar a rodovia. Para terminar as obras a empresa deverá gastar R$ 2 bilhões e outros R$ 1,4 bilhão deverão ser gastos ao longo dos 31 anos de concessão para modernizar a rodovia.

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