Sete famílias controlam mais de 50% da produção mundial de carros

Elas nasceram pequenas, abriram capital, mas continuam na família, seja com o fundador, seja com os bisnetos.

Você pode não saber, mas uma mesma família chinesa é dona da produção da sueca Volvo, da britânica Lotus e da alemã Smart. E um único núcleo familiar é dono de 13 marcas diferentes. Pois é, apenas 7 famílias do mundo controlam 51% de tudo o que é produzido pelas montadoras. Não é pouca coisa.

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Estas famílias produzem, juntas, 40,3 milhões de carros a cada ano. E todas as outras fabricantes do mundo, de grandes famílias ou não, produtoras em volume ou de forma artesanal, montam 38,3 milhões de unidades anuais.

E quem são estas famílias? Primeiramente, é preciso deixar claro que nem toda marca de carro foi fundada por uma família, mas ela pode ter sido adquirida ao longo do tempo. É o caso, por exemplo, da Volkswagen, originalmente uma semi-estatal alemã e que como tempo passou ao controle da Porsche.

Família Porsche

Ferdinand Porsche, fundador da montadora e consequentemente do grupo Porsche

A Volkswagen nasceu em meio ao período de ascensão nazista na Alemanha. O próprio Adolf Hitler ficou impressionado ao ver a criação de Josef Ganz: o nosso eterno Fusca com a interessante marca ‘Volkswagen’ ou ‘Carro do Povo’.



Hitler achou que seria uma boa para a propaganda nazista e decidiu incorporar a marca ao governo. Só que o criador não poderia participar. Ganz era judeu e foi substituído pelo engenheiro Ferdinand Porsche.

As décadas se passaram e hoje o Grupo Volkswagen é um grande conglomerado, com marcas como Audi, Lamborghini, Seat, Cupra e Bentley, todas controladas pelo holding financeiro Porsche SE, que detém 54% das ações. A Porsche AG, por sua vez, detém 45% da Bugatti, aumentando os números.

Família Agnelli

A Fiat virou uma gigante do mercado graças a atuação da família Agnelli

Giovanni Agnelli deu um passo decisivo no longínquo ano de 1899, ao fundar nada menos que a Fiat. A empresa foi passando para filhos, netos e bisnetos, e ganhando novas marcas.

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Hoje a Stellantis, cuja família Agnelli ainda tem participação, é dona de uma série de marcas, como Jeep, Lancia, Maseratti, Dodge, Peugeot, Alfa Romeu, Citroën. São 13 emblemas, todos pesados, todos com história.

Se não bastasse, a família Agnelli também é dona de 36% da Ferrari, de forma independente da Fiat e da Stellantis.

Família Li Shifu

Li Shufu, dono da Geely em evendo na Volvo, em 2010. Foto: Erik Abel/Bloomberg News.

Começamos esta lista pelas famílias donas da Volkswagen e Fiat simplesmente por serem muito populares no Brasil. Mas a família Li Shifu não perde em nada em poder.

Li Shifu é um caso recente e arrebatador. Ele começou sua dinastia em 1986, ao fundar, aos 23 anos, a Geely. Mas não era uma montadora. A Geely fazia peças para geladeiras.

Em 1998, decidiu fabricar seu primeiro carro. E não parou mais. Em 2010 comprou a sueca Volvo, em 2017 levou 51% da Lotus e, em 2018, parte da Daimler, dona da Mercedes e da Smart. Hoje ele ainda tem parte da Renault Korea e está perto de ter participação na Renault francesa. Além de várias marcas menores na China, maior mercado do mundo.

Recentemente, Li Shifu adquiriu parte da Aston Martin, icônica marca britânica. E não pretende parar tão cedo.

Toyoda, Quandt, Ford e Chung

Boa parte do mercado está nas mãos destas quatro famílias. A japonesa Toyoda (com D mesmo) é dona da Toyota, da Lexus, da Daihatsu, e de parte da Subaru.

A família alemã Quandt controla a BMW, a Rolls Royce, a Mini e a Alpina. Curiosamente, a família não fundou nenhuma marca e foi adquirindo participação aos poucos.

Já a família Ford, cujo fundador Henry Ford revolucionou o mundo com seu famoso modelo Ford T, ainda tem grande controle sobre o que é produzido no mundo. Diferentemente dos modelos acima, a Ford não é um grande conglomerado, tendo apenas a marca Lincoln no organograma, além, é claro, da Ford, oitava maior fabricante do mundo.

Por fim, a família coreana Chung é dona da Hyundai, da Kia e da Genesis, todas globais, embora a última seja de um nicho muito menor, voltado ao super luxo. Atualmente, está na mão do neto do fundador, que tem intenções de expandir a atuação.

A quem pertence as outras?

Cada uma tem uma história, mas em geral ou são pequenas, ou são marcas grande solos ou a participação familiar foi pulverizada ao longo do tempo.

Exemplos de marcas fabricantes dos outros 49% da lista: General Motors, nascida com holding, sem uma família a controlando; Honda, fundada por uma família e hoje com diversos acionistas de todos os tipos.

Também existem marcas familiares famosas, mas que não vendem tantas unidades a ponto de figurar tão bem na lista. É o caso, por exemplo, da família indiana Tata, dona da Tata Motors, que possui no seu grupo a Land Rover e a Jaguar.

E não chega a ser uma famíia, mas vale citar uma empresa de carro que pertence ao seu dono original e que um dia poderá ter domínio de mercado: a Tesla, criada e gerida por Elon Musk.

Publicada originalmente em

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