Fernando Haddad toma posse neste domingo como ministro da Fazenda, recriada após o desmembramento do Ministério da Economia. Cabe à pasta as principais decisões econômicas do país, entre elas, o fomento à tecnologia e à indústria automotiva. Em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, o novo ministro declarou que irá incentivar o uso de veículos não poluentes, como os elétricos.
“Vamos rever desonerações para setores que não precisam de estímulo, dar estímulo a outros setores que precisam florescer no nosso país, como, por exemplo, os setores associados a transição ecológica, produção de energia limpa, produção de carros não poluentes. É isso que o mundo está interessado e é isso que temos a oferecer para o mundo”, disse ontem, véspera de tomar posse.
Atualmente, são muito poucos os incentivos do governo federal aos carros elétricos. Quase sempre, parte das empresas interessadas os investimentos no setor, como a implantação de eletropostos de recarga.
Do governo federal, um dos poucos incentivos é no financiamento para a compra de um elétrico. O Banco do Brasil, por exemplo, possui uma linha de crédito exclusiva para quem quer comprar carro elétrico ou híbrido, com taxas perto de 1% o mês. Nada, por exemplo, de incentivos fiscais para montadoras produzirem no país e para que compradores paguem barato em modelos que hoje são muito caros.
Em geral, são as prefeituras e os estados que mantém acesa a chama dos veículos elétricos no país. O principal incentivo é no transporte público, com o uso de ônibus elétricos. Algumas cidades só permitem a compra de coletivos novos se estes forem elétricos.
Um grande desafio será expandir a participação dos eletrificados no mercado. 2022 acabou com apenas 2,5% das vendas para este segmento e, destes, apenas 0,4% foram elétricos. Em números absolutos, foram menos de 8 mil unidades vendidas. É muito pouco.
Fernando Haddad possui histórico de incentivos ao setor. Quando foi prefeito de São Paulo, devolveu a donos de eletrificados a parte que lhe competia do arrecadado com o IPVA. Na prática, o imposto custou aos donos 2% do valor do veículo e não 4%.
Haddad também isentou, em 2015, veículos elétricos e hibridos do rodízio municipal, criado em 1997 para, entre outras questões, amenizar a poluição na cidade. A lei está vigente até hoje.