Após 28 anos de Ferrari, quatro deles como chefe de equipe, Mattia Binotto está de saída. A equipe anunciou que chegou a um acordo com Binotto, após semanas de especulações.
Binotto chegou à equipe no início de 1995, como engenheiro de motores. Àquela época, a Ferrari vivia um jejum de títulos desde 1979, mesmo tendo Prost e Mansell pilotando pela equipe no fim dos anos 80 e começo dos 90. Foi também o ano da chegada de Michael Schumacher, bicampeão pela Bennetton, e que finalmente encerrou o jejum no ano 2000.
Mattia escalou dentro da equipe até chegar ao posto de chefe de equipe em 2019. Foram quatro temporadas de altos e baixos, com o pífio 6º lugar em 2020, mas também como vice em 2019 e 2022. Em 2021 a Ferrari ficou em 3º, atrás de Mercedes e Red Bull.
“Saio de uma empresa que amo, da qual faço parte há 28 anos, com a serenidade que vem da convicção de ter feito todos os esforços para atingir os objetivos traçados”, disse em nota.
“Deixo uma equipa unida e em crescimento. Uma equipa forte, pronta, estou certo, para atingir os objetivos mais elevados, aos quais desejo as maiores felicidades para o futuro. Acho que é certo dar este passo neste momento tão difícil quanto esta decisão foi para mim”, prosseguiu.
“Gostaria de agradecer a todas as pessoas da Gestione Sportiva que partilharam comigo este percurso, feito de dificuldades mas também de muita satisfação”, concluiu o ex homem forte ferrarista.
O CEO da Ferrari, Benedetto Vigna, também se pronunciou: “Gostaria de agradecer a Mattia por suas grandes contribuições ao longo de 28 anos com a Ferrari e, particularmente, por levar a equipe de volta a uma posição de competitividade durante o ano passado”, disse.
“Todos aqui na Scuderia e na comunidade Ferrari em geral desejam a Mattia o melhor para o futuro”, concluiu a nota.
Christian Horner na Ferrari?
Assim que se encerrou a especulação da saída de Binotto, começou outra: quem vai substituí-lo? Não é um cargo qualquer. Ser chefe de equipe na Ferrari é chegar ao topo da carreira, mesmo que ela não seja bem a equipe do topo.
Estar na Ferrari é estar na maior de todas, por sua história e tradição. Senna tinha planos de correr pela Ferrari após ganhar pelo menos um título pela Williams; Schumacher trocou a Bennetton, onde acabara de conquistar o bicampeonato para ir à Ferrari. Prost deixou a supercampeã McLaren para correr pela equipe vermelha. São muitos os exemplos.
É por essa lógica que o nome do atual campeão de construtores virou favorito, segundo a imprensa esportiva europeia. Christian Horner, que acaba de ganhar o mundial de construtores pela Red Bull e encerrar 8 anos de domínios da Mercedes, o mais longo reinado da história, ganhou força como substituto. Ele está com a equipe austríaca desde a fundação, em 2005 após compra da vaga da Jaguar.
O nome do substituto deve sair nas próximas semanas. Se o grid já tem suas principais vagas preenchidas, duas das maiores equipes do circuito ainda têm o que acertar para 2023.