Fiat encerrará a produção do motor E.torq, que equipou Punto, Argo e Toro

Motor equipou vários carros da Fiat, Jeep, BMW, Mini, Chrysler e até Chery nos últimos 20 anos. Fábrica no Paraná pode ser fechada

Demorou, mas a fabricação do motor E.torQ da Fiat está chegando ao fim. Esse motor era o utilizado na Toro até o ano passado, quando foi substituído por um motor turbo, mais moderno. Atualmente ele seguia em produção na fábrica da empresa em Campo Largo (PR) para atender o mercado internacional.

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Em 2018 a Fiat já anunciava que em pouco tempo o E.torQ seria aposentado. Ele equipou diversos carros da empresa nos últimos anos, como o Punto, o Idea e até mesmo o Argo, em sua versão 1.8 que já não está em linha.

A Fiat e a Jeep substituíram o motor E.torQ pelo GSE, que é a versão turbo dos motores Firefly da marca e que é fabricado em Betim, Minas Gerais. A principal desvantagem do E.torQ era o alto consumo de combustível.

Fiat Punto recebeu uma versão aprimorada do E.torQ e depois dele o Argo ainda recebeu o motor (foto: Fiat/ divulgação)

Motor fez “hora extra”

O plano da empresa era aposentar o E.torQ em 2020, mas a empresa seguiu com a produção até onde deu. Desde o início deste ano o mercado automotivo brasileiro segue uma nova regra de emissão de poluentes, a Proconve L7, e isso impedia que o motor continuasse em uso. Ele não atendia às especificações mínimas destas regras.

O motor E.Torq vem da fábrica do Grupo Stellantis no interior do Paraná, onde são empregados 210 funcionários. Essa fábrica nasceu em 1999 e era propriedade de uma empresa chamada Tritec. A Fiat informou que está realocando esses funcionários e apesar de confirmar o encerramento do motor, não confirma o fechamento da planta.

Tritec

A Tritec era uma sociedade da Chrysler com a BMW para equipar seus carros pelo mundo. O motor era uma inovação para a época e o primeiro carro a utilizar foi o Mini. Além de atender as marcas destes grupos, ele chegou a ser exportado até para a Europa, coisa rara de se ver nos tempos atuais. Outras marcas compraram o motor, como a Chery na China, quando ela ainda nem sonhava em vir ao Brasil.

Em 2008 a Tritec foi comprada pela Fiat, que modernizou o motor e começou a usar na maioria de seus veículos. A marca italiana viu neste negócio uma alternativa para substituir os motores GM, que equipavam os carros da marca nos anos 2000. Com o rompimento desta parceria, a Fiat correu para adquirir a Tritec e criou o nome “E.torQ” para a família de motores produzida pela empresa.

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Fábrica da Fiat em Campo Largo, no Paraná (foto: Stellantis/ divulgação)

A estreia foi no Fiat Idea em 2010 e depois ele chegou ao Punto, Doblo e Bravo. Depois, com a chegada da Jeep ao Brasil, a Fiat passou a compartilhá-lo também com a marca irmã.

O E.torQ em sua versão 1.6 16V chegava a 117cv de potência a 5500 rpm. Na versão 1.8 16V ele chegava a 132cv a 5250 rpm.

Os últimos carros a utilizar o E.torQ no Brasil no ano 2021 foram: Fiat Argo 1.8, Fiat Toro 1.8, Jeep Renegade flex e Jeep Compass flex.

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