Rebelião das máquinas? Carros autônomos se revoltam em San Francisco

Veículos da Cruise, empresa que opera serviço de táxi sem motorista, estão parando por conta própria no meio do caminho.

“O sucesso na criação da inteligência artificial será o maior evento da história da humanidade. Infelizmente, também poderá ser o último, a menos que aprendamos como evitar os riscos”. O físico Stephen Hawking se referia à teoria da rebelião das máquinas, defendida por muitos colegas cientistas – e muitos roteiristas de Hollywood – a qual sinaliza que a inteligência artificial evoluirá e chegará a um ponto de autonomia sem chance de a humanidade revertê-la. Não chega a ser filme, muito menos ciência, mas o que tem ocorrido em San Francisco, EUA, é de se registrar.

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Os táxis autônomos da Cruise, empresa do grupo General Motors, estão empacando o trânsito da cidade californiana. Ainda em testes, os veículos sem motorista simplesmente estão parando no meio do trânsito e, por falta justamente de um ‘motorista responsável’ está difícil para as autoridades resolverem de imediato. Há três meses em operação, o serviço já acumula dezenas de problemas.

Foram três casos só na semana passada. Numa pequena rua com apenas uma faixa de circulação, dois modelos da Cruise ficaram empacados em fila, sem deixar chance de qualquer outro cidadão seguir seu caminho. Eles, pelo menos, ligaram o pisca-alerta, como que soubessem o que estavam fazendo.

Em outro ponto da cidade, um veículo fez o mesmo, atrapalhando uma faixa exclusiva de ônibus. O terceiro caso foi de um modelo obstruindo uma rua residencial. O repórter de televisão Dan Thorn passava pelo local e gravou um vídeo. O táxi estava até com o som do rádio ligado, mas não havia ninguém por perto para resolver. O repórter ligou para um telefone de contato que havia na lataria do veículo.



Segundo um representante da Cruise, os veículos são programados para parar de circular quando detectarem falta de segurança viária. A empresa tem feito atualizações no software. De uma vez, retirou 80 veículos para manutenção, sem sucesso, como podemos perceber. Como eles só operam no fim da noite e de madrugada, o impacto para o trânsito tem sido pequeno, pelo menos.

No caso gravado pelo repórter, em 20 minutos os funcionários da Cruise apareceram para fazer o resgate. Detalhe: eles chegaram em veículos comuns, com o bom e velho motorista, é claro.

Publicada originalmente em

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