Uma das tecnologias mais importantes no quesito segurança de um veículo, a frenagem de emergência, ou AEB, na sigla em inglês, virou item obrigatório em todo modelo zero quilômetro à venda no mercado dos Estados Unidos, desde setembro de 2022. Mas de tempos para cá ela também virou alvo de críticas especializadas, por supostamente não funcionar da forma que deveria.
Segundo a American Automobile Association, a tecnologia, que já tem 20 anos, ajuda em alguns casos, mas ela deixa de ser eficiente em outros. A associação foi à pista de provas para comprovar.
Ela pegou 4 modelos – Toyota RAV4, Honda CR-V, Ford Explorer e Chevrolet Equinox, todos ano 2022 e equipados com o item, e os testou em algumas situações.
Primeiro ela simulou colisões traseiras, em que o veículo da frente subitamente freia até parar. Em baixa velocidade, o sistema foi totalmente eficiente, evitando todas as colisões sem que o motorista precisasse pisar no freio. Já a 50 km/h, o dispositivo evitou 17 de 20 colisões possíveis. Nas 3 em que ele não conseguiu evitar o acidente, ele pelo menos reduziu a força do impacto em 86%.
Já nos testes acima dos 65km/h, o resultado foi mais preocupante. Das 20 simulações, apenas 6 foram completamente evitadas. Em 14 houve impacto, resultado que a associação já suspeitava: o dispositivo só é eficiente a baixas velocidades.
A associação decidiu fazer um teste ainda mais importante: simular acidentes mortais. Os dois cenários mais comuns nos EUA são mortes por colisões em cruzamentos ou em conversões à esquerda em pista de duplo sentido. Esse último tem até apelido nos EUA: T-bone crash, referência ao formato em T em que os veículos ficam após o acidente.
O resultado do teste não poderia ser pior. O equipamento não conseguiu prever nenhum acidente – portanto não diminuiu em nada a velocidade – e nem mesmo acionou os alertas sonoros de colisão, medida complementar para redução de impacto, em que o motorista faz o esforço em frear.
Apesar dos resultados, o Insurance Institute for Highway Safety aponta que o AEB reduziu os acidentes pela metade desde que chegou ao mercado. A American Automobile Association acha pouco e vai cobrar melhorias nos componentes para que num futuro todo tipo de acidente seja evitável.