A foto de um “Captur” com o logo da Mitsubishi confundiu muitos internautas esta semana. Por que caçambas a Mitsubishi resolveu usar um modelo da Renault?
A resposta é a posição que a empresa está atualmente no mercado Europeu. Segundo análises de sites europeus, como o espanhol “Motorpasión”, ela não atingiu metas e ainda perdeu terreno no mercado.
Em 2020 a marca já havia comunicado que estavam congelados todos os novos projetos para a Europa. A imprensa automotiva europeia entendeu isso como uma saída da Mitsubishi do mercado, mas era um movimento para a marca chegar ao ponto de reutilizar os modelos das marcas irmãs.
Agora a aliança Renault-Nissan, que controla a Mitsubishi, revelou seus planos: manter a marca com novos produtos, sem gastar por isso. O “Captur da Mitsubishi” é o primeiro destes produtos e chega em março do ano que vem, segundo a própria empresa.
Essa troca de modelos entre marcas é chamada de “rebadge” e no Turboway já explicamos um pouco sobre isso.
Sobre o carro
O novo Mitsubishi ASX é montado na Espanha sobre a plataforma CMF-B, que na Europa é usada pelo Renault Captur e pelo Nissan Juke. Embora esses dois últimos tenham desenho bem diferente, o ASX é apenas o Captur com logo trocado.
O SUV será vendido em cinco versões: quatro híbridas e uma a combustão. Entre as quatro versões híbridas, uma “plug-in”, que é quando o carro pode ser carregado como um híbrido normal (enquanto roda, com um motor menor a combustão) e também na tomada, como um elétrico. Os motores das versões básicas será 1.0 turbo. A versão híbrida plug-in terá motor 1.6 e as demais terão motor 1.3 turbo.
No Brasil não há previsão de chegada deste modelo. A Mitsubishi por aqui é representada pela HPE, que já deixou de produzir o antigo ASX. A Renault já vende por aqui o Captur, que tem estrutura diferente do vendido na Europa.
Vai ficar mais comum
O reaproveitamento de alguns modelos por outras marcas está crescendo e vai ficar mais comum do que você pensa. É que nos últimos anos alguns grupos se fundiram e esses grupos querem otimizar a capacidade das fábricas.
Recentemente a Stellantis colocou o Fiat Fiorino para ser vendido também como Peugeot Partner. Os dois carros saem da mesma fábrica e ao final troca-se apenas o logo.
Outro motivo para as marcas realizarem esta troca é o momento de mudança tecnológica para carros híbridos e elétricos. Algumas marcas estão otimizando ao máximo seus projetos para evitar gastos supérfluos. A própria Stellantis fez isso com a Alfa-Romeo, pegando o Tonale e transformando-o em um carro da Dodge.