A Mercedes-Benz anunciou no dia seis de setembro uma reestruturação em suas operações no Brasil, que inclui a terceirização de parte das atividades da fábrica de São Bernardo do Campo (SP). Com isso, a empresa vai demitir 3,6 mil funcionários. Mas porquê a empresa está demitindo?
A Mercedes-Benz já reduziu sua atividade no Brasil nos últimos três anos. Em 2020 ela deixou de fabricar automóveis no país e fechou a fábrica de Iracemápolis (SP).
O que sobrou foi a operação de caminhões e chassis de ônibus. Segundo comunicado da empresa, a nova mudança de cenário é para “garantir a sustentabilidade dos negócios da Mercedes-Benz a longo prazo no Brasil”.
A manobra da Mercedes-Benz tem uma relação ao movimento que a Ford realizou no ano passado ao fechar todas as suas fábricas no país. Estas empresas, centenárias, estão enxugando suas operações no mundo para focar em mercados mais lucrativos e em novas tecnologias. Simplificando: estão cortando gastos para não ficarem pelo caminho quando passarem a concorrer de fato com empresas tech, como a Tesla.
Além disso, assim como a Ford, a Mercedes cometeu uma série de erros estratégicos desde que decidiu montar carros de passeio no Brasil, nos anos 2000. Esses erros foram bem elencados pelo jornalista Eduardo Sodré, em texto na Folha.
A Mercedes está no topo das vendas das categorias em que fabrica no Brasil. No mercado de ônibus ela tem quase 50% de participação. Já nos caminhões ela fica atrás da Volkswagen.
Brasil e os elétricos
Outro motivo da saída de empresas automobilísticas do país é a transformação da indústria e a falta de estímulo para que novas tecnologias se desenvolvam por aqui.
Em todo o planeta as marcas estão eletrificando seus carros. O Brasil não apresentou nos últimos anos nenhum programa de incentivo para o desenvolvimento de novas tecnologias, o que torna o país nada atraente para esse tipo de atividade.
No futuro teremos a maior parte da frota com veículos elétricos que neste momento estão sendo desenvolvidos em alguma outra parte do planeta.