A Ford vai demitir 3 mil funcionários em suas unidades na América do Norte e Índia em um esforço para reduzir custos para a nova era de carros elétricos, admitiu a empresa.
Na últimas segunda-feira a companhia enviou um comunicado aos seus funcionários, ao qual o jornal The Wall Street Journal teve acesso.
A Ford tem atualmente 183 mil funcionários pelo planeta e o corte anunciado significa pouco mais de 1% da força total da companhia. Estima-se que 2 mil cortes serão feitos na unidade de Michigan, nos Estados Unidos.
Em seus principais mercados a Ford já conta com uma linha de elétricos e híbridos que incluem as picapes F-150, Maverick e também o Mustang, o Explorer e o Escape. No Brasil a empresa não comercializa ainda nenhum destes produtos, o que confirma que o país se tornou um mercado secundário para a empresa desde que as fábricas foram fechadas.
Mudança para liderar
O mesmo jornal que revelou esta informação já alertava, com fontes, que as demissões eram esperadas desde julho.
O e-mail que comunica os cortes é assinado pelo presidente da marca, Bill Ford, e pelo CEO da empresa, Jim Farley. Bill Ford é bisneto do fundador da marca, Henry Ford.
A mensagem diz que a Ford quer liderar o novo mercado de elétricos e que essa é uma mudança comparável quando a Ford lançou o seu modelo “T”, em 1908.
O Ford T marcou o lançamento da era da indústria do automóvel, com o produto sendo fabricado em série.
“Construir esse futuro requer mudar e reformular praticamente todos os aspectos da maneira como operamos por mais de um século”
diz a mensagem assinada por Bill Ford.
No início deste ano a empresa dividiu suas operações entre veículos a combustão e veículos elétricos e tecnologia avançada. A primeira divisão vai ajudar a custear a transição para a segunda.
A empresa acredita que a mão de obra para produtos tecnológicos é muito diferente de sua mão de obra para produtos convencionais, por isso está investindo nessa reestruturação. As mudanças de plano incluíram o fechamento das fábricas no Brasil e também na Índia.