Os números surpreendem a própria China. O país deve fechar 2022 com 6 milhões de veículos elétricos vendidos, o triplo do que o Brasil vende no total – somando elétricos e veículos a combustão (a grande maioria).
Os chineses planejavam 5,5 milhões de vendas em 2022, número que poderia ser colocado em cheque, já que parte do país entrou em lockdown no primeiro semestre por causa do avanço da covid e muitas fábricas pararam a produção.
Após um julho excelente, com 486 mil vendas e alta de 117% em relação a julho de 2021, a China deve dobrar o desempenho do ano passado, quando emplacou 3 milhões de unidades de eletrificados. O preço do petróleo tem sido decisivo na escolha do consumidor chinês.
Tesla e BYD puxam a fila
A BYD vendeu 641 mil veículos elétricos na China em 2022, alta de 315% em relação a 2021. Em seguida aparece a Tesla, 564 mil vendas de modelos produzidos em Shangai.
As duas possuem presença global, mas colhem seus frutos na China, maior mercado de carros do mundo. No caso da BYD, 97% das vendas globais são no país asiático.
Governo chinês vai retirar incentivos
Um dos motivos do sucesso do elétrico na China é o incentivo governamental. O governo sempre abriu mão de parte da arrecadação para baratear o preço final e assim fomentar as vendas. Os incentivos existem desde 2009 – como efeito de comparação, mais de uma década depois, o Brasil ainda não iniciou o dele, nem garante que vá algum dia.
A China pretende, no entanto, reduzir a cota de incentivos até zerá-lo. Essa era uma medida que seria posta em prática em 2020, mas aí veio a pandemia e adiou os planos. Fontes do setor esperam que em 2023 eles saiam de cena, mas com um efeito muito consolidado: o chinês sabe as vantagens dos veículos elétricos e não irá precisar mais de incentivos.