O Peugeot 208 cresceu em vendas em maio após a marca adotar uma série de ações sob o comando da Stellantis. Em outra ponta, esse crescimento afetou diretamente as vendas do Argo, o compacto da Fiat que agora divide motor com o carro da Peugeot.
Para bombar nas vendas a Peugeot incrementou se 208 ao “método Fiat”: incrementou a versão mais barata e baixou o preço dos carros frente aos concorrentes. Voltou ao Top10 do mercado em maio e jogou a Caoa Chery para baixo no ranking do mês.
O problema é que observando os números de emplacamentos no mês de maio, o mais afetado com o crescimento da Peugeot é justamente um produto da Fiat: enquanto o 208 saltou de 1700 unidades para 3 mil, o Argo recuou de 5 mil para cerca de 3,5 mil. Enquanto isso, o Hyundai HB20 quase atingiu a marca de 10 mil unidades emplacadas.
O Peugeot 208 é um bom produto, mas nunca decolou em vendas no país como a Peugeot planejava. A marca sofre com alguns estigmas do passado, quando o pós venda e o preço das peças eram problemas crônicos para o dono de um Peugeot.
Em maio a Peugeot adotou o motor 1.0 Firefly no 208. É o motor do Argo. O que isso muda? Muda que o motor 1.0, que estreou justamente no Argo, é considerado um bom motor: confiável e com valores de manutenção e peças considerados razoáveis.
Também em maio a Peugeot lançou um novo utilitário, que é o Fiat Fiorino com a marca Peugeot. Nesse caso, um produto considerado robusto e bem aceito no mercado.
O ponto contra é que a marca aumenta a demanda de sua fábrica em Betim em um momento que a indústria sofre com a limitação de capacidade devido à falta de suprimentos. Não deve ser a preocupação principal da Stellantis neste momento, mesmo porque os outros produtos da Fiat foram muito bem nas vendas de maio e a marca aumentou suas vendas em 13% em relação à abril.
O grupo já declarou que quer aumentar a participação da Peugeot no mercado. Para isso precisa desconstruir por aqui a má fama do carro francês de manutenção cara. A Fiat é o caminho.