Nota do editor: dez dias após a publicação deste texto a Peugeot anunciou o lançamento de seu utilitário “Partner Rapid”, que não tem ar-condicionado.
Em 1966 saía da fábrica da Willys, em São Bernardo do Campo (SP), o primeiro carro do Brasil com ar-condicionado. Era um Willys Itamaraty Executivo, um carro tipo limousine fabricado sob encomenda.
Levou 56 anos para que o Brasil deixasse de ter carros vendidos sem ar-condicionado. Oficialmente eles não existem mais desde maio de 2022, quando a Volkswagen adicionou o item à Saveiro Robust – um carro de mais de R$ 90 mil que até a linha 2021 foi vendido sem o acessório. Também em abril a Renault adicionou o ar-condicionado à Oroch.
Em julho do ano passado eram cinco carros brasileiros sem o item e nós comentamos sobre isso aqui. Ainda no ano passado a Fiat também enterrou seus veículos sem ar: Mobi e Fiorino.
Deixar as versões sem ar-condicionado para trás parece não ter sido tão difícil assim para as montadoras. Todos os veículos que ganharam o acessório também dispararam no preço: a Saveiro que custava R$ 75 mil sem o item na versão 2022 agora custa R$ 87 mil na versão 2023.
56 anos na fila
Desde a década de 60 o ar-condicionado passou então a ser um item de luxo nos veículos enquanto era uma tecnologia nova. Começou a se popularizar só nos anos 90, quando tivemos por aqui uma enxurrada de importados e então a indústria nacional começou a se mexer.
A chegada do item a todos os carros nacionais é um fato histórico. Porém sem sentido que tenham existido modelos sem o item por aqui, onde a temperatura chega a atingir marcas acima dos 40 graus. Se os carros não são baratos, porque eles ainda economizavam em itens como esse?