Como é o T-Cross 1.4? Testamos pelas rodovias do Maranhão

O T-Cross 250 TSI surpreende pelo motor, muito ágil. O espaço interno também é bom e o pacote de acessórios atende muito bem. O ponto negativo é o padrão de muitos plásticos que a Volkswagen utiliza no acabamento e acaba deixando toda a sua linha muito semelhante.
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Como é o T-Cross 1.4? Testamos pelas rodovias do Maranhão

A versão de topo é a menos vendida do VW T-Cross. Acrescenta itens tecnológicos e o motor é ainda mais valente que o 1.0 turbo

Carro desta avaliação:
T-Cross 250 TSI (1.4) – 2020

250 quilômetros separam a capital São Luís da cidade de Bacabal, no Maranhão. Era uma segunda-feira quando este motorista desembarcou na capital para um compromisso no dia seguinte na cidade do interior do estado.

O carro da nossa viagem é um Volkswagen T-Cross 250 TSI, mas aqui no Turboway você encontra também opiniões sobre outras duas versões do veículo: 200 TSI manual e 200 TSI automático.

T-Cross 250 TSI que nos levou em viagem pelo interior do Maranhão (foto: Renato Fonseca/ Turboway)

O 250 TSI tem um valente motor 1.4, mas atualmente é a versão menos vendida do carro. A nossa viagem de 500 quilômetros de ida e volta foi feita em trecho quase sempre plano, mas as condições das rodovias no trecho são lamentáveis. Tem trechos terríveis em que o asfalto nem existe mais, mas tem radar instalado. Radar!!!

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São dois trechos de rodovias federais para chegar até o município (BR-135 e BR-316). As pistas são simples e alguns trechos apresentam tráfego pesado de caminhões. Nesse ponto o nosso T-Cross não fez feio, já que nas arrancadas o SUV tirou de letra as ultrapassagens necessárias (vai de 0 a 100 km/h em 8,7 segundos). Ele é muito mais rápido e transmite muito mais segurança, por exemplo, que o concorrente Renegade (na versão 1.8).

1.4 vs 1.0

O que tem de diferente da versão 1.0, que já tem um bom desempenho? No 1.4 você pisa menos para o mesmo esforço. Mas trocas de marchas são muito semelhantes nos dois motores. A atuação do câmbio automático, de seis marchas, é elogiável: muito bem acertado e sem solavancos nas trocas.

O consumo descrito pela Volks também é parecido com a versão 1.0. Na cidade, 11 km/l na gasolina e 13,2 na estrada. Claro que em uma rodovia tão ruim fizemos a média mais próxima da cidade: 12 km/l. Segundo a VW, as médias com álcool são 7,7 e 9,3 km/l.

Nós dirigimos a versão 2020 do carro, mas nas versões mais novas houve melhora principalmente da central multimídia, que agora é a VW Play de 10 polegadas, com recursos mais modernos e suporte a Android e Ios.

A versão 1.4 também acrescenta sensor crepuscular de chuva, painel digital, alerta de fadiga do motorista, chave presencial, sistema start & stop. O preço da versão atual, em março de 2022: R$ 158.350,00, ante os R$ 148 mil da versão 1.0 mais cara. A versão que dirigimos, 2020, nesta mesma data sai por R$ 120 mil em média.

T-Cross 250 TSI
A viagem é agradável no T-Cross 250 TSI e o carro responde bem. Mas o excesso de plástico está lá (foto: Renato Fonseca/ Turboway)

Em nossa viagem as “crateras” no asfalto impactaram muito nos ocupantes do carro. O T-Cross sofre muito com o excesso de plástico e acabamento simples em seu interior. Não que seus concorrentes sejam muito diferentes, mas enfrentando rodovias igualmente sofríveis segui com muito mais conforto nos carros da Jeep ou da Nissan, por exemplo.

Algo a se mencionar é que a bordo os passageiros conseguem conversar numa boa, até com quem está no banco de trás. O isolamento é bom.

Embora seja mais ajustado e valente que as versões 1.0, é fato que ainda falta ao T-Cross ser mais confortável, principalmente em um carro de mais de R$ 150 mil. Estão nele elementos comuns ao Voyage e ao Up, por exemplo, o braço suporte para celulares, que no nosso caso foi útil.

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Em quanto tempo você levaria para percorrer os 250 quilômetros de ida até Bacabal? Nós levamos 4 horas e meia. Uma média de 50 km/h e nem é de se espantar: buracos, muitos caminhões, trânsito ainda mais lento quando a rodovia cruza as cidades por dentro.

É uma viagem de paciência, mas com paisagens muito legais com as características do nordeste brasileiro e ainda trechos ao lado da ferrovia de transporte de minério da Vale.

Quanto ao espaço, não nos faltou. Embora três pessoas estivessem no carro, não é errado dizer que cinco viajariam no carro com um conforto moderado, já que as crateras da rodovia não dariam folga para qualquer carro. Porta-malas elogiável, com espaço muito justo e que atende uma família em uma viagem de fim de semana.

Perdemos um soldado pelo caminho (foto: Renato Fonseca/ Turboway)

Na viagem de volta a estrada maranhense cobrou sua conta: um pedaço de madeira largado na pista atingiu por baixo a roda esquerda dianteira e acabou rasgando o pneu, aposentando ele de vez.

Tarefa perigosa foi trocar o pneu em uma rodovia com acostamento estreito (nos trechos onde ele existe) e em plena escuridão. Nenhuma tarefa impossível, mas que seria muito mais tranquila em um local com estrutura mais adequada. Estepe de emergência colocado, corrida de volta para São Luís. O único borracheiro encontrado aberto no caminho condenou nosso pneu, o que foi confirmado no dia seguinte em São Luís.

Para finalizar, chegada na cidade de São Luís, que é legal de se visitar. O centro histórico é bem característico e vale a visita. O Maranhão tem locais muito interessantes de se visitar, como os lençóis maranhenses e a região de Carolina, mais ao sul do estado. Também estivemos por lá, mas aí é história para outro texto.

Foto da região central de São Luís do Maranhão (foto: Renato Fonseca/ Turboway)

Vale a pena comprar o T-Cross 1.4?

O T-Cross é um acerto da Volkswagen e isso não é uma constatação só nossa. O carro está no topo da lista de vendas dos SUVs no país. Faz sucesso também em outros países.

Embora a versão 1.4 tenha itens tecnológicos mais atrativos e que valorizam o carro, eles não justificam o carro custar R$ 10 mil a mais que a versão com motor 1.0, que aliás já é um excelente motor.

Por essa razão, acredito que as versões inferiores entregam resultado muito parecido e não vale a pena desembolsar R$ 10 mil a mais, principalmente pela falta de um acabamento diferenciado no painel.

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