Em tempos de gasolina extremamente cara, uma aposta feita pela General Motors pode ser uma injeção de ânimo para o futuro. A vice-presidente de comunicação da montadora na América do Sul, Marina Willisch, disse que o Brasil tem potencial para ser polo de veículos elétricos.
Foi durante um congresso da Confederação Nacional da Indústria. Ela justificou dizendo que o Brasil e os países vizinhos possuem as maiores reservas de lítio, matéria-prima das baterias. Outro motivo é o tamanho do mercado, um dos maiores do mundo entre os veículos ainda movidos a combustão.
A General Motors vive um momento importante rumo a eletrificação. A empresa já anunciou que só irá fabricar elétricos a partir de 2035 e está dando os devidos passos para que o objetivo saia do papel, usando um aporte global de até US$ 35 bilhões – R$ 180 bi. E o Brasil parece envolvido nisto, embora reme contra a maré.
Até o momento, o Brasil tem sido pouco relevante no mercado de elétricos. Não há incentivos governamentais para fabricantes nem para consumidores.
Também não há uma oferta de eletropostos que garantam autonomia par a motoristas fazerem viagens longas e fora do eixo sul-sudeste, por mais que a rede esteja em expansão.
Com tantas barreiras, cabe exclusivamente ao motorista o ônus de ter um elétrico: ele pagará caro e não terá vantagens pessoais em ter um modelo. Usando a GM como exemplo, o único modelo totalmente elétrico da empresa disponível no Brasil, o Chevrolet Bolt, custa cerca de R$ 350 mil. De tão caro, só vendeu 121 unidades em 2021.
Não à toa, apenas 2% do nosso mercado são de veículos eletrificados – veja, somando elétricos, híbridos e híbridos plug-in. A participação de puramente elétricos é ínfima. A média global tende a ser de 40% daqui a 8 anos, então temos muito a fazer.
Nos últimos anos, Brasil vem empurrando a eletrificação com a barriga, inerte com a clara movimentação global. A alta do petróleo, no entanto, pode fazer com que as coisas mudem por aqui. Mas na prática ainda estamos dependendo apenas da vontade das empresas fabricantes de carros e não do governo. Pelo menos por enquanto.