SUVs nunca estiveram tão em alta e se aproximam de abocanhar metade do mercado.
O ano que acabou de terminar teve a Fiat como grande vencedora. Mas também mostrou a consolidação dos SUVs como preferência nacional. Se há 4 anos eles detinham 22,2% do mercado, agora eles já representam 42,9%. Elas nunca estiveram tão em alta. E, pelo menos por enquanto, devem se manter assim.
A Jeep foi uma das responsáveis por esses números. A montadora emplacou simplesmente Renegade e Compass como os dois primeiros colocados na categoria. E o Commander, recém chegado ao mercado, veio com fôlego para brigar pelo top15. E estamos falando de uma categoria que passa facilmente dos R$ 200 mil.
No top10 de vendas de SUVs em 2021, aparecem 8 marcas diferentes, o que comprova a forte concorrência do segmento.
POS. | MODELO | VENDAS |
1º | Jeep Renegade | 73.913 |
2º | Jeep Compass | 70.906 |
3º | Hyundai Creta | 64.759 |
4º | VW T-Cross | 62.307 |
5º | GM Tracker | 50.757 |
6º | Honda HR-V | 38.406 |
7º | VW Nivus | 36.664 |
8º | Nissan Kicks | 36.524 |
9º | Toyota Corolla Cross | 34.249 |
10º | Renault Duster | 22.457 |
Hoje, a cada 100 vendas de veículos no Brasil, 43 são de SUVs e apenas 22, de hatches pequenos. Os modelos de entrada, que figuravam bem até poucos anos atrás, agora são apenas 13% do mercado.
Virada de chave se deu há poucos anos
As explicações para o sucesso dos Sport Utility Vehicles são diversas, mas tudo começou a passos de formiga. Se hoje são pelo menos 40 opções no mercado, por muitos anos o Ford Ecosport era o lobo solitário dos preços acessíveis. Grande sem ter luxo e com um motor tido como manco no começo, o modelo da Ford tinha ampla concorrência contra modelos de carroceria menor e preço mais atrativo – inclusive na própria montadora. O Ecosport nunca fez feio no mercado (a não ser sair de repente), mas faltava ajuda.
As fabricantes perceberam a possibilidade de vender modelos maiores, com ticket médio também mais elevado, e coube ao consumidor fazer seu papel, consumir. Os SUVs são tidos como carros mais versáteis, equipados, confortáveis e que trazem status aos motoristas. “Dá uma sensação de que a pessoa chegou lá”, disse ao Uol o gerente de marketing de produto da Jeep, Carlos Lins.
Por outro lado, os SUVs ocupam mais espaço na garagem e consomem mais combustível. Este último problema, felizmente, vem sendo reduzido ao longo do tempo, com a modernização de motores, que ficaram mais econômicos sem perder potência, graças também ao uso do turbo.
Os SUVs vão dominar até quando?
É difícil responder. Gosto nacional não se muda da noite para o dia. O brasileiro viu vantagem em ter um modelo maior e mais equipado e tende a permanecer assim por muitos anos.
Por outro lado, as montadoras precisam frear seus preços. Alguns SUVs ficaram até 50% mais caros desde o início da pandemia. É absurdo, mas o mercado não para de escalar preços.
O bolso do consumidor chegará a um limite. Dificilmente ele se afundará em dívidas só pelo status de querer ter um SUV zero quilômetro. Ele vai preferir permanecer com o que tem ou irá para o seminovo. E se fizer muita questão de um 0km, não pensará duas vezes em voltar para carros menores e mais baratos.
Com os últimos encerramentos de linhas, que incluem Uno, Siena e Up, matematicamente os SUVs terão campo para chegar aos 50% de mercado em 2022. Simplesmente por falta de rivais, não porque os compradores se animarão com o que as montadoras irão cobrar por um SUV.