McLambo, a McLaren com motor Lamborghini que encantou Ayrton Senna

Carro foi usado em testes por Senna e Hakkinen mas projeto acabou engavetado por Ron Dennis, uma das piores decisões feitas pelo então chefão da McLaren.

Ron Dennis, ex-chefe de equipe da McLaren na época de ouro de Ayrton Senna, também falhou em suas decisões. Em 1993, a Mclaren testou motores Lamborghini com bastante sucesso, chegando inclusive a encantar um Ayrton Senna já desesperançoso com sua equipe, mas ficou no quase.

É a mesma McLaren de 1993, mas sem os patrocínios e, principalmente, com motor Lamborghini

Já tricampeão e querendo mais, Senna vinha sofrendo com sua McLaren e, após um traumático fim de parceria com a Honda, em 1992, uma das maiores parcerias de sucesso na F1, a luz no fim do túnel estava distante. Em 1992 e 1993, o então campeão de pole positions conseguiu apenas duas, contra 13 de Prost e 14 de Mansell.

Senna queria o tetra

Senna ganhou seu terceiro título em 1991. Mas em 1992 assistiu de camarote a evolução da Williams e seu fenomenal motor Renault. Não bastasse, a equipe de Nigel Mansell ainda tinha a suspensão ativa e o controle de tração, que a colocaram muito à frente. Senna não teve nenhuma chance contra Mansell.

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Para piorar, ao fim de 1992 a Honda surpreendeu a todos e se retirou da F1. Com poucas opções no mercado, a McLaren acabou fechando com a Ford-Cosworth para 1993.

Foi uma parceria sem frutos. Primeiro porque a Ford estava abaixo até mesmo da Ferrari. Segundo que a Ford tinha um contrato de prioridade com a Benetton. Portanto, a McLaren recebeu motores de segunda linha de uma fabricante de segunda linha. Era preciso mudar para 1994.

McLaren Ford de 1993: foi a última temporada de Senna com a equipe que lhe deu o tri

Ron Dennis estava pronto para fechar com a Peugeot. A equipe, no entanto, queria testar todas as possibilidades. E em setembro de 1993, logo depois do GP de Estoril, em Portugal, Senna testou uma McLaren totalmente branca equipada com motor V12 Lamborghini, modelo que ficou conhecido como McLambo. Senna foi 1 segundo mais rápido por volta, em relação ao que havia acabado de marcar na corrida oficial, dias antes. “É um motor bom. Talvez precise de um pouco de potência e precise ser menos sofisticado”, disse. Para o teste, a McLaren teve que adaptar o chassi e a Lamborghini teve que encurtar o tamanho do motor para poder caber no carro.

Senna testa a McLambo em Estoril, em 1993: foi 1 segundo mais rápido

A McLaren decidiu levar a McLambo para casa e Mika Hakkinen, companheiro de Senna nas últimas corridas de 1993, testou o modelo em Silverstone. Foi 1,4 segundo mais rápido do que tinha feito no GP da Inglaterra daquele ano (vídeo ao final do texto).

Bom, seus dois pilotos melhoraram consideravelmente seus tempos com o novo motor, mesmo em um carro frankenstein, que não foi fabricado originalmente para um Lamborghini. O que mais esperar para fechar?

Pois bem, Ron Dennis não se convenceu e naquela altura, já em conversas avançadas com Peugeot, acabou fechando contrato com a rival da Renault para 1994. Foi mais uma desilusão para Senna, que acabaria assinando com a Williams para 1994, cuja história conhecemos muito bem.

Mika Hakkinen e sua McLaren-Peugeot em 1994: parceria não deu certo

A McLaren pagou caro pela escolha. O MP4/9 foi uma tremenda porcaria com motores Peugeot e sem Senna. De vice-campeã em 1993, ela amargou o 4º lugar em 1994. Para 1995 a equipe fechou com a Mercedes e voltou a ter sucesso com as flechas de prata em 1998 e 1999, com títulos de Mika Hakkinen.

A Lamborghini ficou por 5 temporadas na F1, mas desistiu dos planos após a recusa da McLaren, e voltou sua atenção apenas para seus carros de rua. Ron Dennis, hoje aos 74 anos, desfruta da aposentadoria, após vender suas ações na McLaren em 2017.

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