Gasolina mais cara: até quando o preço vai subir?

Terça-feira começa com mais um reajuste de preços: 7% pro bolso.

Virou rotina. A gasolina subiu de preços mais uma vez nesta terça-feira, 26. Alta de 7,04% nas refinarias e que, somada a todas as outras do ano, já fez com que o preço do combustível subisse 73,4% em 2021.

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Neste ritmo, não é de se exagerar que em breve pagaremos o dobro do que pagávamos para encher o tanque até o fim de 2020. Não são todos que possuem carros, mas de alguma forma todos são impactados, seja pela alta do preço dos transportes – incluindo os de aplicativo – seja pela alta de produtos, já que o preço dos combustíveis é um elemento considerável na logística. O óleo diesel já subiu 65,3% no ano – contando com a alta de hoje, que acompanhou a da gasolina.

Fazendo as contas, quem pagava R$ 250 para encher o tanque do carro no fim do ano passado, agora paga cerca de R$ 430. Imagine a diferença para quem tem caminhão com tanque de 400 litros. O orçamento não aguenta.

Gasolina a R$7

O que muitos se perguntam é: até quando?

Para responder a esta pergunta, primeiramente temos que explicar os motivos da alta. O preço do petróleo está subindo lá fora, de forma progressiva e agressiva. E o preço internacional é definido em dólar.

No Brasil, como o dólar flutua livremente e também vem subindo frente ao real, é como se fosse uma alta dupla. Soma-se a isso a inércia do governo, que apenas assiste passivamente as altas se sucederem, sem intervir, nem na flutuação do câmbio, nem mais diretamente nos preços, valendo-se de uma mão estatal, algo que é mal visto pelo mercado.

E os estados? Eles compõem, em média, 27,5% do valor final da gasolina, por meio do ICMS. Isso antes da alta e também agora. Eles até poderiam baixar as alíquotas, mas seria algo mais localizado, já que cada estado age autonomamente. Ainda que todos os estados zerassem o imposto, não seriam capazes de conter toda a alta, já que são responsáveis por menos de 1/3 do valor do litro. Diminuir arrecadação dos estados, sobretudo dos que arrecadam menos, é transferir o problema de lugar. E prejudicar camadas mais pobres, que dependem totalmente dos serviços públicos.

Sem controlar o câmbio, não há nada que os estados possam fazer.

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Refazendo a pergunta: até quando?

Ainda é incerto dizer, mas a alta do barril do petróleo deve se estabilizar em algum momento e até recuar, movimentos típicos de mercado e que ocorrem naturalmente há décadas.

O problema ainda é controlar o câmbio. E o governo não dá sinais de que irá intervir. Pelo contrário, vem acumulando discursos e medidas que tumultuam ainda mais o mercado e que provocam sistematicamente a desvalorização do real. Dificilmente virá deste governo federal a solução para a alta da gasolina.

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