Falta de peças obrigou a montadora a manter apenas um turno na fábrica
Responsável por montar os veículos Nivus, Polo, Virtus e Saveiro, a unidade Anchieta, em São Bernardo do Campo, ABC Paulista, vai sofrer mais uma parada na produção. Em vez de férias coletivas, a Volkswagen vai colocar em layoff 1,5 mil trabalhadores, a partir de novembro.
O motivo, mais uma vez, é a falta de chips semicondutores, que chegam aos poucos à montadora. Assim, a unidade funcionará apenas em um turno, operando a maior parte do tempo em ociosidade, o que ajuda a aumentar os custos de produção e a encarecer o preço dos veículos.
Os 1,5 mil trabalhadores selecionados pela montadora ficarão afastados do trabalho de 2 a 5 meses, período em que receberão menores salários e terão que fazer cursos de qualificação, enquanto a montadora espera a normalização do fornecimento. Parte dos vencimentos será paga com dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador, desonerando as montadoras.
Conforme explicamos aqui, o layoff é uma espécie de meio termo entre manter custos altos com trabalhadores parados e demitir mão de obra qualificada, encarando os altos encargos dos desligamentos. Serve a médio prazo, momento em que a empresa espera por uma melhora de mercado.
A falta de semicondutores, no entanto, não parece ser um problema de médio prazo. Especialistas no setor esperam um 2022 inteiro com falta dos componentes. Só em meados de 2023 a normalização é esperada para o setor. Enquanto isso, demissões e altas de preços de veículos devem ocorrer, infelizmente.
Além da Vokswagen, Fiat e Renault também recorreram aos layoffs. Em 2014, durante grave crise do setor, praticamente todas as montadoras fizeram layoff em seus quadros. A medida não evitou demissões posteriores no setor automotivo.