Pista úmida causou dúvidas a todos os pilotos, e no fim Mercedes errou com Hamilton.
O finlandês Valtteri Bottas venceu o GP da Turquia, marcado pela estratégia de pneus. Foi a primeira vitória na temporada do finlandês, que está de saída da Mercedes. Max Verstappen chegou em segundo e, pela sexta vez, a classificação tem um novo líder. Hamilton, que largou em 11º e chegou a ser o 3º, acabou apenas na 5ª colocação. Ele saiu esbravejando com a Mercedes (veja abaixo).
A F1 volta no dia 24/10, no GP dos EUA, 17ª de 22 corridas no ano.
Pneus intermediários na largada do GP da Turquia
Choveu pouco antes da largada e, com a pista ainda úmida, todos os pilotos optaram pelos pneus intermediários. Foi um golpe nas pretensões de Hamilton, já que as condições do clima acabaram igualando os carros no grid.
Valtteri Bottas largou bem e manteve a ponta, seguido de Verstappen. Na primeira curva praticamente todos mantiveram a colocações, com exceção de Alonso, que foi tocado e rodou. Hamilton subiu para décimo e até o final da primeira volta já era o nono, ao passar Vettel.
Diferentemente do GP anterior, na Rússia, em que os pilotos andaram mais próximos, na Turquia as diferenças de tempo foram mais evidentes por causa do spray. Pior para Hamilton, que no início foi ficando longe dos líderes, ao se ver encaixotado atrás do pelotão intermediário.
A verdade é que o heptacampeão ficou muito tempo atrás de Tsunoda, com a inferior Alpha Tauri. Foram 7 voltas até ele finalmente ganhar a oitava colocação. A essa altura ele estava a quase 20 segundo atrás do líder Bottas e a 17 atrás de Verstappen.
A diferença só começou a cair quando Hamilton passou o japonês. Ele não teve a mesma dificuldade em passar por Stroll, Norris e Gasly, para chegar à quinta colocação e ter alguma chance maior na corrida.
O problema é que a partir da volta 18 as Mercedes passaram a sofrer com os intermediários gastos e, por consequência, escorregadios. Era preciso parar para trocar pneus. Mas quais pneus?
Pneus intermediários ou secos?
Sem chuva na maior parte do circuito, mas com trechos ainda úmidos, a dúvida era: manter os intermediários e depois parar para colocar secos ou arriscar já nos pneus mais velozes e escorregar um pouco?
Daniel Ricciardo, apenas o 17º colocado, parou na volta 25 e foi a cobaia. Ele optou pelos intermediários, mas não andou rápido. Por outro lado, o slick parecia ser uma opção pior, pois a pista apresentava vários trechos molhados.
Vettel provou isso, ao colocar pneus médios e não conseguir fazer nenhuma curva. O alemão voltou com o rabinho entre as pernas para o box (quase bateu na entrada) e colocou novo set de intermediários.
Com os dois exemplos acima, os pilotos, então, postergaram a parada ao máximo, pois chegaram à conclusão que o ideal era usar os pneus que eles tinham: um intermediário desgastado, meio termo entre o intermediário e o slick.
Com tanto tempo de pneu, as estratégias começaram a ser redesenhadas e a opção de única parada foi se tornando real.
Na volta 37 de 58, os pilotos do primeiro pelotão finalmente começaram a parada. Max Verstappen abriu os trabalhos, colocando intermediários, seguido de Bottas, na volta 38. Os outros dois pilotos da frente – Leclerc e Hamilton – esperaram mais e isso foi decisivo.
Reta final
Tanto Leclerc quanto Hamilton pediram às equipes para permanecer na pista até o fim, sem trocar pneus. A essa altura, Leclerc era líder e Hamilton era o quarto, uma posição atrás de Verstappen e com certa vantagem para Perez.
Como nenhuma equipe tinha uma estratégia definida e essa era uma corrida imprevisível, eles foram autorizados a ficar mais tempo na pista, e os engenheiros seguiram fazendo cálculos e mais cálculos.
Leclerc acabou sendo ultrapassado por Bottas e a Ferrari o mandou trocar pneus. O monegasco acabaria na quarta colocação.
Já Hamilton, em terceiro após a parada do piloto da Ferrari, não incomodava Verstappen mas também não era incomodado por Pérez. Mesmo assim a Mercedes o chamou para os pits a 9 voltas do fim, fazendo com que o piloto caísse para quinto.
Hamilton ficou furioso ao saber que perdeu as posições. “Me deixem em paz”, disse no último rádio, depois de discutir e reclamar. Para a Mercedes, os pneus não aguentariam as 9 voltas restantes.
Bottas tocou até o final e ficou com a vitória, com direito a melhor volta e ponto extra. A Red Bull colocou dois pilotos no pódio, com Verstappen em segundo e Pérez em terceiro. Todos os pilotos terminaram a prova.