Veículo analisado: Renault Sandero Expression 16/16 1.0 flex
Como todo carro, o Renault Sandero tem prós e contras, alguns percebidos de cara e outros apenas como tempo de uso. Tive um modelo zero quilômetro e fiquei 4 anos e meio com o carro, rodando cerca de 105 mil quilômetros. O Renault Sandero 2016 era da versão intermediária Expression, com motor 1.0 de 4 cilindros.
Começando pelo motor, ele não chega a te deixar na mão, mas está longe de garantir um ótimo desempenho. Não há nem aquele, “ele é ótimo apesar de 1.0”. Não é ótimo. Mas também não é o pior da categoria (que é nivelada por baixo, é bom lembrar).
Não espere subir a serra ultrapassando todo mundo numa boa, mas também não vá achar que ele não sobe uma rampa com o ar condicionado ligado. Aliás, esse é um ponto positivo. Se você pisar muito fundo com o ar forte, o carro automaticamente diminui a força do ar condicionado, priorizando o desempenho.
O câmbio manual do Sandero 2016 é um ponto negativo. Antes da troca do powertrain, em 2017, o conjunto é um tanto aquém das expectativas. A alavanca trepida muito e as trocas costumam dar pequenas engasgadas. Esta versão possui aviso de troca de marcha e este é um ponto positivo para o consumo, já que ele avisa o melhor momento para uma troca mais econômica.
Consumo
Falando em consumo, este é outro ponto positivo. Já cheguei a fazer 16 km/l em rodovia, segundo o Media Nav do carro. Um ótimo número, considerando que não é um motor moderno. O tanque de 50 litros ajuda a manter o carro mais na estrada do que no posto de combustíveis.
Conforto
A Renault elevou o nível em relação ao Sandero anterior, mas ele ainda deixa a desejar. Os bancos são muito finos e não são muito amigáveis em caso de viagens longas. Pelo menos eles têm ajuste de altura.
Falta também um mísero apoio de braço entre os bancos dianteiros, resolvido, no meu caso, comprando um na internet.
Outros pontos positivos
Possui abertura do porta-malas e do tanque do combustível ao alcance do motorista. O Media Nav é um sistema bem melhor do que o da concorrência, levando em conta o ano do carro. Modelos de entrada de outras marcas dificilmente possuem tela multimídia e, se as tem, são piores.
A versão vinha com sensor de estacionamento traseiro, que funcionou muito bem, com boa precisão.
Apesar de ter rodado bastante com o carro, a manutenção foi um ponto muito positivo. Os componentes se mostraram bem duráveis e em nenhum momento o carro me deixou na mão. As trocas foram todas no prazo e em alguns casos, foi possível até adiar uma manutenção, já que a peça ainda apresentava ótima condição.
Outros pontos negativos
Em fóruns especializados em Renault Sandero, é possível verificar que o carro tem uma tendência a apresentar falha na chave de seta. Aconteceu comigo e tive que trocá-la com cerca de 60 mil kms rodados.
A direção hidráulica é extremamente dura. Chega a lembrar uma direção mecânica de tão dura. Falando em direção, o volante também deixa a desejar. Com menos de um ano de uso já começou a descascar, mesmo ele ficando abrigado durante boa parte do dia. Foi preciso trocar o item para uma boa venda.
Vale a pena ter um Renault Sandero 2016?
A resposta é sim. Pesando os prós e contras, é um carro que transmite confiança ao motorista. Não é para quem quer performance, obviamente, mas é um ótimo carro para o dia a dia.
É um modelo que está saindo de linha, mas que ainda tem mercado.