Mais pura, mais energética e mais amiga do motor do seu carro, ela também deve custar (ainda) mais.
A partir desta segunda-feira (03/08), será possível abastecer com gasolina de maior qualidade. É o que garantem os especialistas no assunto. A mudança nas especificações da gasolina vale para todos os tipos, e devem aproximar o nosso combustível com o padrão europeu.
O que muda?
A primeira mudança é na densidade da gasolina, ou seja, o quanto de massa dela está presente por litro do líquido que abastecemos. A medição é feita em quilograma por metro cúbico e a exigência, agora, é de 715 kg/m³, ou 715 gramas por litro abastecido.
Antes não havia um indicador e o fabricante podia vender uma gasolina mais ‘leve’, que barateava o preço final, mas exigia mais consumo do motor.
Tá, mas e o que muda de forma prática?
Falando um português mais claro, agora vamos precisar de menos combustível para rodar mais. Em média, 5% de economia, segundo a Petrobras. Isso significa que uma viagem entre Rio e São Paulo, em que se gasta por volta de 30 litros de gasolina, dependendo do veículo, será feita com 28,5 litros. Carros que fazem 15 km/l passarão a fazer 15,75 km/l.
Além da melhora no consumo, a mudança trará benefícios ao consumidor. Afinal de contas, até agora não tínhamos como saber de forma prática se o posto que abastecemos oferece uma gasolina mais durável que a do vizinho, já que as fabricantes eram livres para formular o próprio combustível.
Também mudou a forma em que se mede a octanagem. Quanto mais alta ela é, melhor é a qualidade. A nacional vai passar de 87 octanos para 92. E para 93, em 2022.
Se eu abastecer hoje já vai ser com a nova gasolina?
Depende. Como os postos estão autorizados a vender estoques até setembro, só vai ser possível ter certeza que é a nova gasolina pedindo para fazer um teste de qualidade, obrigatório nos postos. Se a massa específica do teste der 715 kg/m³, é a nova gasolina. Também vale perguntar para o frentista, que tem como consultar de quando é o estoque e qual combustível ele está vendendo no momento.
Quanto vai custar a mais?
Segundo a Petrobras, a alta os preços será menor do que 5%, que é a taxa da melhora em consumo. Ou seja, a conta no final seria melhor para o consumidor. Vamos ver nas bombas…
É o fim do combustível adulterado?
É possível. A gente sabe que os fraudadores sempre encontram um jeitinho, mas a nova especificação dificulta, sim, a adulteração, porque os solventes utilizados nas fraudes são de baixa densidade, que baixariam o valor da massa específica da gasolina além do mínimo exigido por lei. É claro que existem solventes pesados, mas eles são muito mais caros, tornando a adulteração menos rentável.
Outra vantagem é a fiscalização. Aferir densidade é relativamente fácil, e dá para ser feita no próprio posto. É torcer para isso incentivar mais as autoridades a exigir que a lei seja cumprida.