80% dos donos destes dois carros fazem financiamento de 9 anos

Baixa taxa de juros e facilidade em fazer boleto faz todo mundo recorrer ao banco

Existem duas marcas de carros em que praticamente todos os clientes recorrem aos financiamentos bancários. E 80% deles fazem contrato de 9 anos de duração, nada menos que 108 parcelas mensais. Estamos falando da Proton e da Perodua, duas marcas da Malásia.

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Os dados foram divulgados por um banco da Malásia, que compilou os contratos. Além de perceber que 80% das transações de carros da Proton e Perodua são feitas em longos financiamentos, existem clientes que estendem os contratos, se assim puderem.

Proton Persona, um dos principais modelos da montadora da Malásia – foto DRIVEN COMMUNICATIONS SDN BHD

Comprar carros a prazo na Malásia é muito mais convidativo que no Brasil. Enquanto aqui e taxa básica de juros está acima dos 10%, no país asiático ela está em 3% – e já foi de 1,75% há dois anos e nunca passou de 3,75% em toda a história. É graças à estabilidade econômica que existem muitos tipos de contratos disponíveis no país asiático, e boa parte opta pela longa duração.

“As vendas estão fortes, principalmente para o segmento de automóveis acessíveis e especialmente para aqueles fabricados no Japão e no mercado interno. A tendência também mostra que os compradores evitam comprar automóveis com motores de grande cilindrada, por causa da preocupação com o preço dos combustíveis”, afima trecho do relatório do banco malaio.



A não ser quem tem muito dinheiro, é comum o malaio conviver com o boleto do carro. Assim como no Brasil, boa parte da população conta com a prestação do carro no rol de gastos mensais. Mas se por aqui fazemos, em geral, em até 60 vezes, por lá é quase o dobro de tempo.

Todos os bancos oferecem o financiamento de 9 anos com 10% de entrada. Para comprar um carro que custa 50 mil ringgits, é preciso pagar 5 mil de entrada e sair com um boleto de 108 parcelas de 500 ringgits, mais ou menos. A conta é parecida com a nossa, pois 1 ringgit equivale a R$ 1,1. O salário mínimo na Malásia é de 1.500 ringgits, mais ou menos R$ 1.650.

Exemplo de financiamento na Malásia. Prestação fica na casa dos R$ 600, na conversão direta

Outro dado que nos torna parecidos: a frota de veículos dos dois países gira em torno dos 400 veículos para cada 1000 habitantes. A diferença é que a Malásia é muito menor. São 33 milhões de habitantes, menos que a população do estado de SP, de cerca de 45 milhões. No país asiático, as motos ganham mais espaço, dominando quase metade da frota. Aqui, é de menos de 20%.

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E talvez exista a maior diferença entre os países. A Malásia conseguiu vingar seu projeto de carro nacional.

História de Proton e Perodua

A Malásia foi uma colônia inglesa, o que a ajudou a ter a cultura do carro. Foi também integrante dos Tigres Asiáticos, conjunto de territórios do leste e sudeste da Ásia que tiveram rápido crescimento econômico e industrial a partir da segunda metade do século XX. Após se tornar independente, em 1957, passou a conviver com uma invasão de carros japoneses, até que, nos anos 80, o país foi atrás de um projeto de carro nacional.

Em 1983 nasceu a maior expoente, a Proton. A marca, primeiro trabalhou com rebadge de carros da Mitsubishi, então dominantes no mercado, e epois, começou a fazer seus próprios carros, com design pensado localmente.

A Proton só foi superada pela Perodua em tamanho. A Perodua, criada em 1993, é hoje a maior marca de carros da Malásia. No total, são nada menos que seis montadoras totalmente nacionais. Além de Proton e Perodua, há também a Hikom, a Inokon, a Naza e a TD Cars.

Perodua Bezza – Foto: automachi 马来西亚汽车资讯网

Publicada originalmente em

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