Ayrton Senna morreu há exatos 29 anos. E mesmo quase três décadas depois, ele é homenageado a 5 mil quilômetros de São Paulo, onde deu os primeiros passos. O Turboway foi até o palco da primeira vitória do piloto brasileiro na F1. O circuito do Estoril, a 25 quilômetros de Lisboa, em Portugal, não recebe mais provas da principal categoria, mas para os fãs mais fanáticos ele ajuda a entender um pouco da história de um dos maiores ídolos brasileiros de todos os tempos.
Foi no dia 21 de abril de 1985 que Senna venceu pela primeira vez na categoria que sempre sonhou disputar. Era a segunda temporada do brasileiro, que até então tinha um segundo lugar com a fraca Toleman, em 1984. De Lotus amarela, Senna largou na pole e venceu com autoridade, fazendo a melhor volta da prova.
O tricampeão foi tão avassalador em Estoril que todos os pilotos tomaram uma volta dele, menos o segundo colocado. Ainda assim, Michele Alboreto, da Ferrari, chegou 1 minuto e 2 segundos depois de Senna receber a bandeira quadriculada.
Naquele ano, Ayrton venceria mais duas corridas e faria mais seis pole positions, deixando claro a todos que ele se tornaria em pouco tempo um piloto vitorioso, o que realmente se confirmou, como sabemos.
A vitória de Senna em Estoril deixou marcas. Logo na entrada do autódromo, Senna ganhou uma praça com o nome dele e uma placa de identificação com com o ano de nascimento e de morte, muito parecido com a placa de um jazigo.
E assim como em seu túmulo em São Paulo, Senna até hoje recebe flores no local, flores que se misturam ao mato não cortado. Sem corridas de grande holofote, o Autódromo de Estoril não é mais um local tão cuidado.
A última vez que Estoril recebeu GPs da F1 foi em 1996. Agora, o principal circuito português é o de Portimão, no Algarve, que inclusive recebeu provas da Fórmula 1 em 2020 e 2021, ambas vencidas por Lewis Hamilton, maior admirador de Senna entre todos os pilotos do atual grid.
No dia de nossa visita, num sábado de abril, as lojas do autódromo estavam fechadas, embora o portão principal convidasse a entrar. Ali, estavam reunidos entusiastas da velocidade, que levaram seus carros de passeio para um encontro casual.
Na pista, nenhuma movimentação. Em vez do som dos motores, dos pneus travando numa frenagem ou do champanhe estourado pelo vencedor da prova, o silêncio. Um silêncio que os fãs de Senna tiveram que conviver forçadamente desde aquele 1º de maio de 1994.
